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Refugiados em greve de fome por falta de condições em campo bósnio

Centenas de refugiados de um campo improvisado em Vucjak, no nordeste da Bósnia, estão em greve de fome pelo segundo dia consecutivo para protestar contra a situação degradante em que se encontram.

Refugiados em greve de fome por falta de condições em campo bósnio
Notícias ao Minuto

15:30 - 04/12/19 por Lusa

Mundo Bósnia

Os refugiados neste campo bósnio encontram-se sem água, eletricidade e a sofrer com uma vaga de frio e neve.

Os veículos da Cruz Vermelha da cidade vizinha de Bihac, que geralmente trazem comida, retornam sem que os migrantes concordem em receber a sua porção diária naquele campo improvisado, construído sobre um aterro sanitário e cercado por campos minados da guerra na Bósnia (1992-1995).

"A greve dura desde ontem (terça-feira), não recebem comida e água. A situação continua igualmente difícil, como nos dias anteriores", disse Selfe Midzic, um dos responsáveis da Cruz Vermelha na cidade de Bihac, que ajuda os refugiados/migrantes em Vucjak.

Na terça-feira, segundo Midzic, "houve alguns anúncios de que o campo estaria fechado, mas tudo está como antes. Neste momento não há indicação de que este seja o caso".

Representantes do Conselho da Europa pediram, na terça-feira, a evacuação urgente do campo de Vucjak e alertaram que, se nenhuma ação for tomada, pode haver mortes devido ao frio intenso e ao mau tempo.

No campo, numerosas tendas foram derrubadas pelo peso da neve, que agora derreteu e transformou o local num lamaçal.

A água e a humidade também pioraram a situação higiénica do local, enquanto os refugiados tentam se aquecer com pequenas fogueiras.

Alguns imigrantes pisam no lamaçal com chinelos, pois não têm roupas ou calçados adequados, e as temperaturas estão abaixo de zero atualmente.

No campo, agora existem cerca de 600 pessoas a esperar uma ocasião para tentar atravessar a fronteira vizinha da Croácia, com a intenção de chegar a algum país rico da União Europeia.

A ONU repetidamente chamou o campo de "absolutamente inapropriado" e "desumano" e alertou para um agravamento da crise humanitária.

O campo de Vucjak foi criado na primavera passada, diante dos protestos dos cidadãos de Bihac pela presença de migrantes do Afeganistão, Paquistão, Síria, Iraque e outras regiões nas ruas e parques. A UE também pediu o encerrado e a evacuação de Vucjak.

As autoridades do cantão de Una-Sana, as mais afetadas pela crise migratória na Bósnia-Herzegovina, exigiram desde outubro ao Governo central da Bósnia a realocação urgente de refugiados de Vucjak, sem obter resposta até ao momento.

Desde o ano passado, cerca de 50.000 imigrantes chegaram à Bósnia-Herzegovina, e a grande maioria passou pelo cantão de Una-Sana, onde agora, segundo dados policiais, existem cerca de 5.000 refugiados.

Cerca de 15.000 migrantes passaram por Vucjak desde que o campo foi criado temporariamente para aliviar a pressão sobre os outros abrigos naquela área.

As várias autoridades locais rejeitam o fechamento de Vucjak até que o Governo central ofereça capacidade de acomodação em outras regiões do país para realocar migrantes.

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