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COP25: Papa pede "vontade política clara" para limitar crise climática

O Papa Francisco reivindicou hoje uma "vontade política clara, perspicaz e forte" para limitar a crise climática, considerando que ainda existe uma janela de oportunidade, numa mensagem enviada à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP25).

COP25: Papa pede "vontade política clara" para limitar crise climática
Notícias ao Minuto

12:34 - 04/12/19 por Lusa

Mundo COP25

"Muitos estudos mostram que é possível limitar o aquecimento global. Para isso, precisamos de uma vontade política clara, perspicaz e forte, determinada a seguir um novo curso que reoriente os investimentos financeiros e económicos para as áreas que realmente salvaguardam as condições de uma vida digna da humanidade num planeta saudável hoje e amanhã", refere o Papa na carta.

A carta divulgada hoje pelo Vaticano é endereçada à ministra do Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, cujo país deveria organizar a Conferência sobre alterações climáticas, mas que decorre em Madrid, Espanha, sob presidência chilena.

O Papa começa a missiva lembrando que em dezembro de 2015 a comunidade internacional assinou os Acordos de Paris sobre o clima que revelavam "uma crescente consciência" da importância de "trabalhar juntos" para proteger a vida no planeta.

"Infelizmente, quatro anos depois, devemos admitir que essa consciência ainda é fraca, incapaz de responder adequadamente a esse forte senso de urgência", como é descrito em relatórios recentes.

Os estudos, refere o Papa Francisco, mostram que os atuais compromissos assumidos pelos Estados para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas estão longe do que é realmente necessário para alcançar os objetivos do Acordo de Paris.

"Mostram quão longe as palavras estão de ações concretas!", vincou.

O Papa afirma que "atualmente existe um acordo crescente sobre a necessidade de promover processos de transição, bem como a transformação do modelo de desenvolvimento".

"Devemos questionar-nos seriamente se existe uma vontade política de alocar com honestidade, responsabilidade e coragem, mais recursos humanos, financeiros e tecnológicos para mitigar os efeitos negativos das mudanças climáticas, bem como ajudar os mais pobres e vulneráveis que são as populações que mais sofrem", frisou.

Tudo isso, acrescenta o pontífice, "convida a refletir profundamente sobre o significado dos modelos de consumo e produção e sobre os processos de educação e consciencialização para torná-los consistentes com a dignidade humana".

O Papa, que tem escolhido o ambiente e a urgência climática como um dos temas importantes do seu pontificado publicando a encíclica "Laudato Sì" (2015), considera que a defesa do bem comum é um "desafio da civilização".

Na carta, Francisco faz ainda uma referência aos jovens considerando que estes têm manifestado "uma maior sensibilidade aos problemas complexos que surgem desta emergência" climática, considerando que as próximas gerações não devem ser sobrecarregadas.

"Não devemos sobrecarregar as próximas gerações para enfrentar os problemas causados pelas anteriores. Em vez disso, devemos dar-lhes a oportunidade de se lembrarem da nossa geração como aquela que renovou e atuou. (...) Que possamos oferecer à próxima geração razões concretas para ter esperança e trabalhar por um futuro bom e digno! Espero que esse espírito anime o trabalho da COP25", disse.

A Cimeira sobre as Alterações Climáticas, conhecida como COP25, decorre até 13 de dezembro na capital espanhola.

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