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EUA reconheceram há dois anos Jerusalém como capital de Israel

A decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel faz na sexta-feira dois anos, uma das medidas mais estrondosas de Donald Trump relativamente ao Médio Oriente, insere-se na sua política de apoio ao Estado hebreu.

EUA reconheceram há dois anos Jerusalém como capital de Israel
Notícias ao Minuto

08:35 - 04/12/19 por Lusa

Mundo Jerusalém

A 6 de dezembro de 2017 o Presidente norte-americano cumpriu uma promessa eleitoral, rompendo com décadas de consenso internacional.

A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade, conquistada em 1967 e anexada em 1980, que os palestinianos reivindicam como capital do futuro Estado a que aspiram.

As críticas à decisão de Trump foram praticamente generalizadas, o estatuto de Jerusalém é uma das questões mais sensíveis do conflito israelo-palestiniano.

No entanto, as medidas do Presidente dos Estados Unidos de apoio à posição de Israel e contrárias às aspirações dos palestinianos têm sido uma constante.

Menos de um mês depois de tomar posse, em fevereiro de 2017, Trump reitera a sua vontade de conseguir um acordo de paz entre israelitas e palestinianos, ressalvando, no entanto, que os Estados Unidos não aceitam como única a solução de dois Estados - a criação de um Estado palestiniano que coexistiria com Israel -- e quebra a tradição diplomática norte-americana com várias décadas.

Inédita para um Presidente norte-americano é também a visita que faz em maio desse ano ao Muro das Lamentações, local sagrado do judaísmo localizado na Cidade Velha de Jerusalém, na zona oriental da "cidade santa".

Quando reconhece Jerusalém como capital de Israel, Trump anuncia a consequente mudança da embaixada dos Estados Unidos, então em Telavive, para essa cidade.

Quase todos os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, retirou aos Estados Unidos o estatuto de mediador para o conflito com Israel, considerando a sua atitude parcial.

Desde então, a administração norte-americana anunciou que ia deixar de financiar a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinianos (UNRWA), uma semana após ter cortado mais de 200 milhões de dólares (180,5 milhões de euros) de ajuda aos palestinianos, encerrou a missão de representação palestiniana em Washington e acabou com o consulado-geral dos Estados Unidos em Jerusalém, que funcionava como representação diplomática junto dos palestinianos.

Seguindo a política de apoio ao Estado hebreu, a 21 de março Trump declara ter chegado o momento de reconhecer a soberania de Israel sobre os Montes Golã, grande parte dos quais foram conquistados em 1967 à Síria, na Guerra dos Seis Dias, e cuja anexação em 1981 não foi reconhecida pela comunidade internacional.

Alguns meses antes, os Estados Unidos tinham votado pela primeira vez contra uma resolução da ONU considerando "nula e sem efeito" a anexação israelita dos Golã.

Na mesma linha, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou a 18 de novembro que os Estados Unidos deixam de considerar os colonatos israelitas na Cisjordânia contrários ao direito internacional.

"A verdade é que nunca haverá uma solução jurídica para o conflito e que os debates sobre quem está certo e quem está errado face ao direito internacional não trarão a paz", declarou.

Os colonatos israelitas são ilegais e comprometem uma potencial solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano, sublinharam dois dias depois os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas numa crítica a Washington.

O Presidente norte-americano atua como "dono do mundo" e tomou "todas as decisões", incluindo reconhecer Jerusalém como capital de Israel, para acabar com as relações com os palestinianos, considerou recentemente o embaixador da Palestina em Portugal, Nabil Abuznaid, em declarações à Lusa.

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