A irmã do detido, Aygül Demirtas, revelou esta tarde que Demirtas foi encontrado inconsciente na sua cela na passada terça-feira "após dificuldades respiratórias e dores no peito". Segundo referiu, as autoridades turcas recusaram no imediato a sua transferência para um hospital.
O procurador de Edirne, a região do sudeste do Balcãs onde Demirtas está detido, indicou hoje em comunicado que o detido recebeu os tratamentos necessários no local em 26 de novembro e foi transferido para o hospital para exames suplementares "apesar de não ter sido detetado nenhum problema de saúde".
Selahattin Demirtas, 46 anos, antigo dirigente do Partido Democrático dos Povos (HDP, a principal formação pró-curda e de esquerda da Turquia), está detido desde novembro de 2016 por acusações de ligações com o "terrorismo". Arrisca até 142 anos de prisão.
O Presidente Recep Tayyip Erdogan acusa regularmente o HDP de representar o ramo político do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que desencadeou uma rebelião armada no sudeste turco em 1984 e considerado "terrorista" por Ancara, Estados Unidos e União Europeia.
Diversos deputados deste partido, a terceira força política no parlamento de Ancara, foram detidos nas últimas semanas, também acusados de ligações com uma organização terrorista.