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China proíbe navios militares dos EUA de pararem em Hong Kong e pune ONG

A China anunciou hoje que proibiu navios e aeronaves militares norte-americanas de estacionar em Hong Kong, numa retaliação contra legislação aprovada por Washington que permite sancionar autoridades chinesas que violem os direitos humanos na região semiautónoma.

China proíbe navios militares dos EUA de pararem em Hong Kong e pune ONG
Notícias ao Minuto

09:11 - 02/12/19 por Lusa

Mundo China

Pequim decidiu ainda punir organizações não-governamentais como a Human Rights Watch (HRW), avançou hoje a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, que voltou a considerar a retificação da Lei dos Direitos Humanos e Democracia em Hong Kong uma "grave violação do Direito internacional".

"Em resposta, decidimos suspender a revisão de qualquer pedido por navios e aviões militares norte-americanos para estacionar em Hong Kong e aumentar as sanções sob Organizações Não Governamentais (ONG) norte-americanas que influenciam negativamente os distúrbios" na região, disse.

Para além da HRW, a Fundação Nacional para a Democracia, o Instituto Nacional Democrático de Relações Internacionais, o Instituto Republicano Internacional e o Freedom House vão ser também punidos, apontou a porta-voz.

Hua disse existirem "muitos fatos e evidências" que mostram que essas ONG "apoiam o movimento anti-China" em Hong Kong e "incentivam o envolvimento em atividades violentas e criminosas, e instigam atividades separatistas".

"Eles têm responsabilidades importantes no caos vivido em Hong Kong e devem ser punidos", apontou.

A porta-voz disse que a China pediu aos EUA que "corrijam os seus erros" e "parem de interferir" nos assuntos internos do país asiático.

"A China tomará mais medidas, se necessário, e defenderá a prosperidade e a estabilidade em Hong Kong, assim como a nossa soberania nacional", acrescentou.

Hua não detalhou como serão punidas aquelas organizações.

Na semana passada, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump promulgou a lei depois de o Congresso norte-americano ter aprovado, por esmagadora maioria, a resolução de apoio aos direitos humanos e à democracia em Hong Kong, que foi também aprovada no Senado.

A Câmara dos Representantes aprovou a resolução por 417 votos a favor e apenas um contra, provocando a ira de Pequim.

O texto põe em causa o estatuto comercial de que beneficia atualmente a região administrativa especial chinesa e prevê sanções contra autoridades chinesas responsáveis por violações dos direitos humanos na antiga colónia britânica, como detenções arbitrárias e extrajudiciais, tortura ou confissões forçadas.

Hong Kong é há seis meses palco de manifestações, iniciadas por um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental, e, entretanto, retirado, mas que se transformou num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território.

Os protestos têm assumido contornos cada vez mais violentos, com atos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.

A diplomacia chinesa acusou então Washington de apoiar "abertamente criminosos violentos que destruíram instalações, incendiaram e agrediram civis inocentes, abalaram o Estado de direito e ameaçaram a ordem social".

"A natureza flagrante e maliciosa das intenções [norte-americanas] é totalmente clara. O seu objetivo é minar a estabilidade e a prosperidade de Hong Kong, sabotar a fórmula 'um país, dois sistemas' e perturbar os esforços da nação chinesa em concretizar o seu grande rejuvenescimento", apontou.

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