Libaneses na rua pretendem festejar uma "nova independência"
Dezenas de milhares de libaneses celebraram hoje em Beirute o 76.º aniversário do seu país e pediram uma "nova independência", em plena contestação inédita contra a classe dirigente.
© Reuters
Mundo Líbano
Numerosas "paradas civis" convergiram em direção à praça dos Mártires no centro de Beirute, o principal local da contestação, onde se reuniram milhares de pessoas.
Os manifestantes instalaram barricadas nos dois lados da artéria numa homenagem de honra às delegações, enquanto eram agitadas bandeiras e entoados cânticos.
"A mensagem importante é que o Líbano está de novo unido", considerou uma jovem escutada pela agência noticiosa AFP.
"A parada civil está aqui para significar que todos os cidadãos são bem-vindos", acrescentou.
O ambiente festivo contrastou com o desfile militar de decorreu de manhã no Ministério da Defesa, na presença do Presidente Michel Aoun e do primeiro-ministro cessante, Saad Hariri.
Em simultâneo, a ONU assegurou que está a promover reuniões de alto nível em Washington com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial para suster a "rápida" deterioração económica do Líbano, em plena contestação social que se prolonga há um mês.
"Reuniões de alto nível em Washington com o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional. Graves preocupações acerca da rápida e profunda crise económica e social o Líbano e a ausência de uma gestão adequada da situação", assegurou hoje o coordenador especial para o Líbano da ONU, Jan Kubis, na sua conta na rede social Twitter.
O país mediterrânico regista um colapso económico agravado pela corrupção do Governo e tornou-se num dos países mais endividados do mundo.
A crise económica foi agravada com o encerramento dos bancos durante três semanas desde 17 de outubro, até a imposição de um limite para a retirada de dólares das contas correntes.
Desde essa data, o país vive ao ritmo de um protesto sem precedentes contra o conjunto dos dirigentes políticos, acusados de incompetência e corrupção.
O Líbano terminou com o jugo francês em 1943 na sequência de manifestações populares que juntaram cristãos e muçulmanos.
De seguida, o país mergulhou numa guerra civil (1975-1990), e registou duas ocupações estrangeiras, israelita e síria. Permanece profundamente dividido, em termos confessionais e políticos.
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