Governo interino acusa Evo Morales de "sediação e terrorismo"
O Governo interino da Bolívia acusou hoje o ex-Presidente Evo Morales, exilado no México, dos crimes de "sediação e terrorismo" por incitamento ao bloqueio de alimentos, divulgando uma gravação para sustentar a acusação.
© Getty Images
Mundo Bolívia
"Pedimos a pena máxima pelos crimes de sediação e terrorismo", disse o ministro do Interior interino, Arturo Murilo, em declarações aos jornalistas à saída do Ministério Público, após ter formalizado a queixa.
Na quarta-feira de manhã, o ministro do Interior divulgou aos 'media' uma gravação de uma conversa telefónica que, segundo as autoridades bolivianas interinas, ocorreu entre Evo Morales e um dos seus apoiantes e líderes do movimento que tem liderado os recentes protestos na Bolívia.
"Nem deixem comida nas cidades, vamos bloquear tudo e cercar" as cidades, diz a voz que Arturo Murilo afirma ser de Evo Morales.
Esta ordem, prosseguiu o ministro do Interior interino, "é um crime contra a Humanidade", avançando ainda que "nas próximas horas" o Governo interino vai apresentar uma queixa contra Morales junto das "instâncias internacionais".
Os alimentos têm escasseado nas lojas e nos restaurantes da capital boliviana, La Paz, por causa do bloqueio de várias estradas que são cruciais para o transporte dos produtos agrícolas oriundos das regiões centro e leste do país.
No poder desde 2006, Evo Morales, o primeiro Presidente indígena da Bolívia, foi declarado vencedor para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, escrutínio que seria marcado por denúncias de fraude por parte da oposição boliviana.
Morales acabaria por renunciar ao cargo a 10 de novembro após três semanas de protestos contra a sua reeleição liderados pela oposição e depois de ter perdido o apoio do exército e da polícia.
O ex-Presidente boliviano, que denunciou que a proclamação da senadora Jeanine Añez como Presidente interina foi um "golpe de Estado", seguiria depois para o México, onde permanece exilado.
Desde a demissão de Evo Morales, os apoiantes do ex-Presidente têm protestado diariamente nas ruas de La Paz e em algumas cidades das zonas rurais do país.
Os protestos na Bolívia fizeram até à data 32 mortos, incluindo 17 pessoas que morreram durante confrontos com as forças de segurança.
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