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Uruguai realiza segunda volta das eleições presidenciais no domingo

O Uruguai realiza a segunda volta das eleições presidenciais no próximo domingo, entre Luis Lacalle Pou e Daniel Martínez, num ambiente tranquilo e distanciado da crise vivida em vários países da América Latina, como Venezuela, Chile e Bolívia.

Uruguai realiza segunda volta das eleições presidenciais no domingo
Notícias ao Minuto

08:12 - 22/11/19 por Lusa

Mundo Uruguai

O Uruguai definirá o seu Presidente para o período 2020-2025 entre o candidato da oposição e líder nas pesquisas de intenção de voto, Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional (PN, centro-direita), e o candidato do atual Governo, Daniel Martínez, da Frente Ampla (FA, esquerda).

A primeira volta das eleições gerais no Uruguai ocorreu a 27 de outubro e, agora, a segunda volta definirá o sucessor de Tabaré Vázquez, do partido Frente Ampla, numa eleição que poderá ainda afastar do Governo uruguaio a esquerda, que está há vários anos no poder.

Além de representar duas correntes ideológicas opostas, os dois candidatos têm perfis diferentes, uma vez que a vida de um foi marcada pela herança política familiar, enquanto a do outro ficou ligada à vida sindical e trabalhista.

O candidato nacionalista Luis Lacalle Pou vem de uma família tradicional na política uruguaia e é filho do antigo Presidente Luis Alberto Lacalle Herrera, que dirigiu o Uruguai entre 1990 e 1995.

Lacalle Pou, que nasceu a 11 de agosto de 1973, em Montevidéu, é um advogado cuja vida tem estado fundamentalmente ligada ao trabalho parlamentar, pois entre 2000 e 2015 foi deputado e depois de 2015 manteve o cargo de senador da República.

Apesar da dura derrota que sofreu como candidato presidencial do PN em 2014, nas eleições que foram vencidas por Tabaré Vázquez com uma grande vantagem na segunda volta, Lacalle Pou insistiu novamente e agora parece ter uma oportunidade real de ser eleito Presidente.

Engenheiro e sindicalista, que foi senador, ministro e autarca de Montevidéu, o candidato da FA, Daniel Martínez, teve uma extensa e variada carreira, na qual passou pelas esferas pública e privada.

Martinez, nascido a 23 de fevereiro de 1957 em Montevidéu, iniciou a sua vida política na FA em 1973, quando ingressou no Partido Socialista com apenas 16 anos.

Dada a necessidade do partido de renovar a liderança da FA e já que ninguém da velha guarda esquerdista (chefiada por Vázquez, pelo ministro da Economia, Danilo Astori e pelo ex-Presidente José Mujica) iria concorrer às eleições presidenciais, isso permitiu o avanço Martinez para ser candidato.

Martínez anunciou como trunfo, durante a campanha da segunda volta, que o ex-Presidente José Mujica (2010-2015) seria integrado como ministro num eventual executivo da Frente Ampla.

José Mujica, ex-líder guerrilheiro de 84 anos, liderou a lista da FA que obteve o maior número de votos para o Senado nesta legislatura (2020-2025), teria de renunciar ao cargo se for eventualmente nomeado responsável pelo ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas.

No compromisso com a "velha guarda", Martinez também incluiu Danilo Astori, atual ministro da Economia e vice-Presidente de Mujica, para o seu futuro gabinete, ocupando o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Segundo as últimas sondagens de intenção de voto, o favorito para substituir o Presidente Vázquez seria o candidato do PN.

O oposicionista tinha nas sondagens publicadas até terça-feira uma vantagem de cinco a oito pontos sobre o candidato oficial do FN.

Por outro lado, enquanto alguns países da América Latina, nomeadamente na América do Sul, estão a passar por uma grave crise política e social, como são os casos da Venezuela, o Chile e a Bolívia -- que já contam com dezenas de mortos nos últimos meses -- e por populismos, como no Brasil, o Uruguai tem mantido a estabilidade em todos os campos - social, político e económico.

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