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UE exige que autoridades do Nicarágua libertem opositores detidos

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, exortou hoje as autoridades da Nicarágua a os opositores políticos e ativistas detidos e a garantir o "pleno respeito dos direitos constitucionais", apelando ainda à retoma do diálogo no país.

UE exige que autoridades do Nicarágua libertem opositores detidos
Notícias ao Minuto

17:25 - 20/11/19 por Lusa

Mundo Federica Mogherini

"A União Europeia [UE] exorta o governo da Nicarágua e os órgãos policiais a libertar os detidos e a retirar as acusações, bem como a suspender o cerco à igreja e a garantir o pleno respeito dos direitos constitucionais de todos os nicaraguenses, incluindo as liberdades de expressão, reunião, religião e de manifestação pacífica", vinca Federica Mogherini em comunicado.

Recordando os compromissos assumidos em março passado tendo em vista a estabilidade política no país, a Alta Representante da UE para a Política Externa sublinha que "somente a plena implementação" de tais acordos pode "levar a uma solução pacífica e democrática" no país.

Na nota, Federica Mogherini insta também a um "diálogo credível e inclusivo e a reformas políticas e eleitorais de acordo com os padrões internacionais" para, assim, "se poder resolver a crise em curso no país".

"A UE insta todas as partes a retomarem os seus esforços e a adotarem medidas genuínas e construtivas para esse fim", adianta a responsável, avisando que "aqueles que prejudicam a democracia e o Estado de direito na Nicarágua serão responsabilizados".

Em 14 de novembro, oito familiares de opositores políticos detidos e uma outra mulher iniciaram uma greve de fome na igreja de San Miguel de Masaya, situada 30 quilómetros a sudeste da capital, Manágua, para exigir a libertação de 130 pessoas que foram detidas no contexto das manifestações.

No mesmo dia, os grevistas foram cercados pela polícia, com o padre e três outras pessoas, e na mesma noite, um grupo de opositores, incluindo importantes defensores dos direitos humanos, como Amaya Coppens e Olga Valle, foram detidos após fornecerem água aos sitiados.

Segundo as Nações Unidas, as pessoas detidas nesse dia e três outros opositores políticos foram acusados na segunda-feira de tráfico de armas.

Os partidários do Presidente nicaraguense, Daniel Ortega, também invadiram a Catedral de Manágua na segunda-feira para tentar desalojar os grevistas que exigem a libertação de opositores.

Daniel Ortega acusou os bispos católicos de serem "golpistas" por apoiarem os feridos durante manifestações antigovernamentais que abalaram o país em 2018.

A Nicarágua, liderada desde 2006 pelo presidente do partido Frente Sandinista de Libertação Nacional, atravessa uma grave crise política desde abril de 2018.

Uma primeira contestação contra uma reforma da segurança social evoluiu para manifestações que exigem a saída do Presidente, acusado de instaurar uma ditadura nepotista e corrupta, e eleições antecipadas.

Durante a repressão, pelo menos 325 pessoas foram mortas, quase 70.000 foram exiladas, centenas de oponentes foram detidos e o país mergulhou numa profunda recessão económica.

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