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Reino Unido: Partidos em campanha junto de patrões preocupados com Brexit

A 23 dias das eleições legislativas britânicas de 12 de dezembro, os líderes dos partidos Conservador, Trabalhista e Liberal Democrata fizeram hoje campanha junto do patronato, durante a conferência anual da Confederação da Indústria Britânica (CBI).

Reino Unido: Partidos em campanha junto de patrões preocupados com Brexit
Notícias ao Minuto

16:44 - 18/11/19 por Lusa

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O primeiro-ministro, Boris Johnson, decidiu confrontar logo no início as reticências dos empresários ao divórcio com a União Europeia (UE) devido às possíveis barreiras em termos comerciais.

"Temos de concretizar o Brexit porque é o melhor para a moral nacional e o melhor para levar o nosso país em frente. E é o melhor para a nossa economia, porque o pior seria continuar com a incerteza económica. Há pessoas à espera para contratar funcionários, para comprar casas ou para investir neste país", vincou.

Johnson evitou o tema da imigração, cujo plano para a introdução de sistema de pontos preocupa a CBI porque receia que se concentre apenas em profissionais qualificados e dificulte a contratação de mão de obra barata para indústrias como a hoteleira, agricultura e construção civil.

E deixou para o final do discurso a má notícia de que vai congelar uma redução prevista do imposto sobre o rendimento das empresas [equivalente ao IRC], alegando a necessidade de reservar seis mil milhões de libras (sete mil milhões de euros) para investir no sistema nacional de saúde.

Manter o IRC em 19% é, ainda assim, uma taxa inferior do que o aumento "gradual" para 26% previsto pelo Partido Trabalhista, cujo líder começou a intervenção no congresso da CBI defendendo-se das acusações de anti-capitalismo.

Além de pretender aumentar impostos sobre as empresas, Jeremy Corbyn quer renacionalizar companhias de transportes e de serviços como água, eletricidade e telecomunicações, cujo custo a CBI estimou que pode ascender a 200 mil milhões de libras (234 mil milhões de euros).

"Não é antiempresarial ser contra salários miseráveis. Não é antiempresarial dizer que as empresas maiores devem pagar impostos tal como as mais pequenas. Não é antiempresarial desejar prosperidade em todas as partes do nosso país e não apenas na City de Londres", argumentou.

Corbyn reiterou o desejo de renegociar com Bruxelas um novo acordo que inclua uma união aduaneira com a UE, respondendo aos anseios das empresas britânicas, porque assim continuariam a ter acesso ao mercado único europeu.

"E com o Brexit resolvido, podemos concentrar-nos em concretizar a verdadeira mudança que o nosso país precisa", disse, prometendo um investimento recorde em formação e infraestruturas para estimular a economia.

Com políticas tão díspares, a diretora geral da CBI, disse acreditar o futuro da economia e do país enfrenta um perigo real, e que este "assume a forma de ideologia extremista" dos diferentes partidos políticos.

"À direita, temos a ameaça - mesmo preferência por - saída sem acordo como o ponto final das nossas negociações sobre o Brexit", disse, enquanto que, à esquerda, está o programa de nacionalizações do 'Labour' que terá "grandes custos, com retornos incertos para os contribuintes".

Completando as intervenções políticas na conferência, a líder dos Liberais Democratas, Jo Swinson, tentou aproveitar alguma insatisfação para afirmar o partido como pró-economia, que vê as empresas não como um "problema, mas como parte da solução" e as quais "podem e devem ser uma força do bem".

Reiterou o compromisso de cancelar a saída do Reino Unido da UE, arrancando alguns aplausos tímidos, alegando que esta é a solução mais benéfica para a economia britânica.

"Se querem ter o Brexit concretizado ou o Brexit resolvido, então não são o partido das empresas", explicou.

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