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Governo do Iémen regressa ao país sob acordo com separatistas do sul

O Governo internacionalmente reconhecido do Iémen regressou hoje pela primeira vez ao país devastado pela guerra, após ter sido expulso pelos separatistas do sul durante os confrontos no último verão.

Governo do Iémen regressa ao país sob acordo com separatistas do sul
Notícias ao Minuto

14:45 - 18/11/19 por Lusa

Mundo Iémen

O primeiro-ministro, Maeen Abdulmalik Saeed, desembarcou hoje na cidade portuária de Áden, no sul do país, cumprindo assim parte do acordo de partilha de poder mediado pela Arábia Saudita, que pôs fim a meses de conflito interno com os separatistas do sul do Iémen.

"As prioridades do Governo na próxima fase são normalizar a situação em Áden e depois consolidar as instituições do Estado (...) como garantia de estabilidade", afirmou Saeed.

O primeiro-ministro descreveu o regresso do Governo como "fundamental para o desenvolvimento dos serviços cívicos", mas acrescentou que "os desafios de segurança não podem ser negligenciados, especialmente nesta fase".

Acompanhado por cinco importantes ministros do Governo do Presidente Abd Rabbuh Mansur Al-Hadi, Saeed foi recebido pelas autoridades locais e pelas forças sauditas na base aérea.

Em agosto passado eclodiram os confrontos entre as forças leais ao Presidente no exílio e os militares da coligação chefiada pelos sauditas contra os separatistas do sul do país, aliados dos Emirados Árabes Unidos.

O agravamento da situação militar no sul degradou as relações entre as forças que combatem os Huthis, prejudicando os esforços para acabar com a guerra civil de forma negociada.

Os ministros de Hadi já deveriam ter regressado na passada terça-feira, mas as autoridades culparam os secessionistas do sul por adiarem a implementação do acordo e se recusarem a entregar a sede da cidade e o palácio presidencial.

O acordo de partilha do poder, assinado no início de novembro na capital da Arábia Saudita, Riade, exige que os dois lados retirem as suas forças de Áden, deixando a cidade sob controlo da coligação, com apenas um guarda presidencial para proteção de Hadi no caso de o Presidente exilado regressar ao país.

O acordo também pede que os separatistas dividam as suas milícias e as integrem nas forças do Presidente.

Segundo Saeed, "o plano para incorporar os serviços de segurança precisa de ser claro e transparente".

"Temos o apoio dos sauditas e dos líderes da coligação, fatores que irão ajudar a implementar o acordo através de etapas promissoras", acrescentou.

O Iémen vive um conflito armado desde 2015, após os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, tomarem uma vasta zona do país em 2014, provocando o exílio do Presidente iemenita, Abdrabbuh Mansour Hadi, que se encontra atualmente na Arábia Saudita.

Em março de 2015, uma coligação formada por oito países e liderada pelos sauditas lançou ataques aéreos contra os Huthis para restaurar o poder do Presidente Hadi.

Nos últimos meses, a Arábia Saudita aumentou a sua presença militar no sul do Iémen, após a súbita e significativa retirada de tropas dos Emirados Árabes Unidos que enfraqueceu a presença terrestre da coligação.

A guerra matou pelo menos 100.000 pessoas, deslocou milhões e deixou o país à beira de uma crise de fome que pode estar a afetar até 14 milhões de pessoas, segundo as Nações Unidas.

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