"Qualquer violência é inaceitável" em Hong Kong, avisa a União Europeia
A porta-voz da diplomacia europeia, Maja Kocijancic, salientou hoje que "qualquer violência é inaceitável" em Hong Kong, numa altura em que as forças policias usam balas de borracha e granadas de gás lacrimogéneo para travar os manifestantes.
© Reuters
Mundo Hong Kong
"Qualquer violência é, obviamente, inaceitável e qualquer ação adotada pelas autoridades deve continuar a ser apropriada. As liberdades fundamentais devem ser mantidas, incluindo os direitos de manifestações pacíficas e o de expressão", afirmou hoje a porta-voz.
Falando na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, em Bruxelas, Maja Kocijancic assinalou que a União Europeia (UE) "continua a monitorizar, de forma muito próxima, a situação, em particular a escala de violência na Universidade Politécnica de Hong Kong".
"Repetimos o nosso pedido para que todas as partes se abstenham do uso da força e retomem, de forma construtiva, os esforços para apaziguar a situação", insistiu a porta-voz, solicitando a "renúncia à violência e ao uso da força".
Para a UE, "só um diálogo genuíno (...) pode levar à reconciliação e a uma solução sustentável".
O sindicato de estudantes da Universidade Politécnica de Hong Kong indicou hoje que cerca de 500 pessoas continuam barricadas na instituição, muitas delas gravemente feridas.
Em declarações à emissora RTHK, o presidente interino daquele sindicato, Ken Woo, assinalou que ainda há água disponível, mas que outros mantimentos estão a esgotar-se rapidamente.
Ken Woo disse que muitos dos manifestantes estão a sofrer de hipotermia devido aos canhões de água usados pela polícia na véspera.
Entretanto, numa mensagem publicada pouco antes do meio-dia (04:00 em Lisboa), a polícia apelou a todos os que estão dentro da universidade para "largarem as armas e itens perigosos, removerem as máscaras e saírem de forma ordenada".
Os manifestantes, que estão barricados há vários dias naquela universidade, temem ser detidos à saída, mas a polícia tem reforçado o cerco em torno da instituição, dificultando a saída de jornalistas e de pessoal médico.
Cerca das 08:00 (00:00 em Lisboa), a polícia disparou gás lacrimogéneo contra manifestantes que tentavam escapar, apesar do acordo de cessar-fogo alcançado pelo diretor da universidade e as autoridades.
De acordo com a Autoridade Hospitalar, pelo menos 38 pessoas ficaram feridas durante a noite de domingo.
Também no domingo, um polícia foi atingido numa perna por uma flecha lançada por manifestantes antigovernamentais, informaram as forças de segurança, reforçando a operação no local com um canhão de água.
A contestação social foi desencadeada pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição, que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial chinesa a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, formalmente retirada, mas as manifestações generalizaram-se e reivindicam agora a implementação do sufrágio universal no território, a demissão da atual chefe do Governo, Carrie Lam, uma investigação independente à violência policial e a libertação dos detidos ao longo dos protestos.
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