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Deputados do partido de Morales pedem "retirada" das forças das ruas

Deputados do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales, pediram hoje ao governo de transição da Bolívia que ordene a "retirada" das forças armadas das ruas e convocaram uma reunião com outros partidos para abordarem a crise boliviana.

Deputados do partido de Morales pedem "retirada" das forças das ruas
Notícias ao Minuto

23:18 - 17/11/19 por Lusa

Mundo Bolívia

"Exigimos a retirada das forças armadas. Fazemos um apelo para que as pessoas não enfrentem o seu povo", afirmou a deputada do MAS Sonia Brito, citada pela agência EFE, numa conferência de imprensa no parlamento da Bolívia, em La Paz.

Sonia Brito instou a igreja católica e os organismos internacionais ligados à temática dos Direitos Humanos a persuadirem as autoridades do novo governo de transição a "gerarem paz" e "pararem o massacre".

Quatro pessoas morreram no sábado em protestos na Bolívia, elevando para pelo menos 23 o número vítimas fatais desde o final de outubro, início da crise social e política, anunciou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que também registou pelo menos 122 feridos desde sexta-feira.

"Deem condições para a paz, deem condições para um diálogo sincero. Não pode acontecer que enquanto se promove o diálogo por um lado, por outro haja massacres com o nosso povo", acrescentou Sonia Brito, interpelando o governo de transição.

Entretanto, o governo da presidente interina da Bolívia, cuja tomada de posse na terça-feira ficou marcada por protestos violentos com confrontos entre as forças de segurança e apoiantes do ex-presidente Evo Morales, garantiu hoje que o número destes episódios diminuiu "para metade".

Jeanine Añez, ex-senadora de direita, proclamou-se presidente interina na terça-feira, dias depois de Morales ter abandonado o poder e se ter refugiado no México, e prometeu eleições presidências e legislativas.

Os apoiantes de Evo Morales exigem a renúncia de Añez e o regresso do homem que foi Presidente da Bolívia durante quase 14 anos e, desde terça-feira, têm-se manifestado todos os dias.

Hoje, o novo comandante-geral da polícia boliviana, Rodolfo Montero, disse, citado pela Agência France Presse (AFP), que ainda ocorrem "alguns confrontos" em Cochabamba, mas que a sua "intensidade" está "a diminuir".

"O número de focos de conflito caiu para metade" em comparação com o início da semana, acrescentou o ministro interino do Interior, Arturo Murillo, também citado pela AFP.

Esta semana, as autoridades bolivianas anunciaram que iniciaram aproximações com os deputados do MAS, que tem uma ampla maioria da Câmara de Deputados e Senado, para finalizar acordos para uma nova convocatória de eleições.

Na sexta-feira, o executivo interino aprovou um decreto que isenta de responsabilidade penal polícias e militares que participem nos conflitos, decisão que foi questionada por organizações como a CIDH.

Para o MAS, este decreto dá "licença para matar" e para perseguir e processar os seus dirigentes.

Os deputados do MAS convocaram, para segunda-feira, uma reunião com os seus pares da Unidade Democrática e do Partido Democrata Cristão para "debater a situação política".

"É uma prova clara de que o MAS quer pacificar este país", assegurou aos jornalistas a líder parlamentar do MAS Betty Yañiquez, também citada pela EFE.

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