Europa e Cuba devem manter "fortes relações", afirma François Hollande
O ex-presidente francês François Hollande defendeu hoje em Havana que "a Europa deve manter fortes relações com Cuba" e "tudo fazer para aliviar o peso das sanções" norte-americanas contra a ilha socialista.
© Reuters
Mundo François Hollande
Quatro anos após a sua visita a Cuba enquanto presidente, em maio de 2015, Hollande voltou a Havana para as festividades dos 500 anos da capital cubana.
"A cidade está ainda mais bela, houve importantes trabalhos de renovação", assinalou o antigo chefe de Estado (2012-2017) num encontro com a imprensa, adiantando que "o contexto" da sua atual deslocação "é muito diferente" da anterior.
Naquela altura, "enquanto presidente da República, chegava como o primeiro chefe de Estado europeu em Cuba, num momento em que a abertura parecia inevitável, onde as sanções se tornavam supérfluas mesmo aos olhos de muitos que as haviam decidido"
Havia a esperança de "uma nova etapa", também com a visita histórica no mesmo ano do presidente norte-americano Barack Obama, adiantou Hollande, considerando que "todo esse esforço foi posto em causa por Donald Trump", o atual presidente dos Estados Unidos.
Desde a sua chegada à Casa Branca, no início de 2017, Trump multiplicou as sanções contra o governo cubano, que acusa de oprimir o seu povo e de apoiar militarmente a Venezuela de Nicolás Maduro.
Agora "é mais difícil para a população cubana, é mais duro para as autoridades cubanas (...) a escolha da modernização e da transição", disse o ex-presidente francês.
A União Europeia tem exprimido por diversas vezes a sua rejeição do embargo norte-americano, em vigor desde 1962, e das sanções de Washington, nomeadamente a ativação em maio do capítulo 3 da Lei Helms-Burton, que ameaça processar as empresas estrangeiras presentes em Cuba.
"Mesmo para as empresas francesas decididas a ficar ou a vir para Cuba torna-se muito difícil arranjar financiamento, porque os bancos franceses arriscam-se a ser penalizados a qualquer momento" pelos Estados Unidos, sublinhou Hollande.
"O que devemos fazer com os europeus é construir um sistema que permita trabalhar com Cuba sem ficar abrangido pelas sanções", defendeu.
As celebrações dos 500 anos de Havana iniciaram-se na sexta-feira e continuam hoje com fogo-de-artifício e vários espetáculos, após meses de trabalhos para renovar o seu centro histórico, cujo charme atrai milhões de turistas todos os anos.
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