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UE exige "investigação rápida" a violações de direitos humanos no Chile

A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, voltou hoje a exigir uma "investigação rápida de todos os crimes e violações dos direitos humanos" no Chile, e apelou a um "novo contrato social" no país que combata as desigualdades.

UE exige "investigação rápida" a violações de direitos humanos no Chile
Notícias ao Minuto

16:58 - 14/11/19 por Lusa

Mundo União Europeia

"Apelamos mais uma vez a uma investigação rápida de todos os crimes e violações dos direitos humanos", referiu a Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, numa intervenção na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Segundo a chefe da diplomacia europeia, "este é um momento importante para a democracia do Chile", já que em causa está "uma forte democracia construída após décadas de ditadura".

A responsável defendeu, por isso, que esta é "uma democracia que agora precisa de um novo contrato social, com um foco mais forte na luta contra as desigualdades e na inclusão social", exigências que têm vindo a ser feitas por milhares de chilenos que, nas últimas semanas, têm saído à rua para protestar.

"O governo [chileno] começou a responder aos protestos com uma série de medidas importantes: o anúncio de uma agenda social, uma remodelação dos gabinetes e o lançamento de um diálogo nacional", reconheceu Federica Mogherini.

Para a chefe da diplomacia da UE, "esta sociedade vibrante é a base de uma democracia funcional e forte".

"Este pedido de justiça e igualdade não deve e não pode ser ofuscado pelos atos de violência cometidos por uma minoria durante as manifestações", adiantou.

Esta terça-feira, milhares de chilenos reivindicaram em várias cidades o fim das desigualdades e melhorias na educação e saúde e o aumento das pensões, no âmbito de uma greve geral convocada após três semanas de protestos.

Aprovada em 1980 num controverso referendo e em plena ditadura de Pinochet, a Constituição chilena foi revista ao longo dos anos mais de 40 vezes, mas continua a ser foco de críticas por causa do seu espírito neoliberal e por favorecer a iniciativa privada em setores encarados como essenciais como a saúde, a educação ou o sistema de pensões.

No domingo, o Presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou que está a preparar um projeto para alterar a Lei Fundamental.

A redação de um novo texto constitucional é uma das principais exigências da vaga de contestação popular que afeta o Chile desde o passado dia 18 de outubro.

Os protestos já provocaram a morte de 20 pessoas, cinco delas diretamente relacionadas com a repressão das forças de segurança das manifestações, e milhares de feridos e de detidos.

Também têm existido denúncias de abusos e de atos de tortura por parte de elementos das forças de segurança.

As manifestações no Chile surgiram inicialmente em protesto contra um aumento do preço dos bilhetes de metro em Santiago, decisão que seria suspensa e posteriormente anulada pelo Governo liderado pelo Presidente chileno Sebastián Piñera.

Mas, apesar do recuo das autoridades, as manifestações e os confrontos prosseguiram devido à degradação das condições sociais e às desigualdades no país.

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