Tribunal escocês deixa ex-conselheira catalã em liberdade
A ex-conselheira catalã Clara Ponsati, alvo de um mandado de detenção europeu emitido pela justiça espanhola e que hoje se entregou à polícia escocesa, vai ficar em liberdade enquanto durar o seu julgamento, decidiu um tribunal de Edimburgo.
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Mundo Catalunha
O tribunal escocês aceitou o pedido do advogado de defesa de Clara Ponsati para que a ex-conselheira catalã fique em liberdade enquanto decorrer em Espanha o julgamento pelos crimes de sedição e uso indevido de fundos.
Clara Ponsati foi membro do governo regional catalão (também designado como Generalitat) para a área da Educação, tendo saído de Espanha em 2017 depois do referendo sobre a autodeterminação da Catalunha e a consequente declaração unilateral de independência.
"Ganhámos a batalha, mas não a guerra, ainda falta um longo caminho", afirmou Ponsati citada pelo seu advogado numa declaração na rede social Twitter.
A ex-conselheira catalã entregou-se hoje de manhã numa esquadra de polícia em Edimburgo, onde foi detida e levada ao tribunal na capital escocesa.
Na quarta-feira, o advogado Aamer Anwar afirmou que as autoridades do Reino Unido aceitaram o novo mandado de detenção europeu emitido no passado dia 05 de novembro pelo Supremo Tribunal espanhol, indicando que a sua cliente tencionava lutar contra a extradição.
Aamer Anwar referiu que, apesar de ter sido admitido pelas autoridades britânicas, o mandado de detenção emitido por Espanha continua "cheio de contradições" e de "divagações", bem como ainda não clarifica quais são os crimes imputados à sua cliente.
O advogado afirmou que Clara Ponsati "rejeita completamente" o alegado crime de sedição, argumentando que o mandado de detenção manifesta "uma vingança motivada judicialmente".
Aamer Anwar avançou ainda que iria argumentar diante do tribunal escocês que Clara Ponsati não teria direito a um julgamento justo se fosse entregue ao Estado espanhol, já que a maioria do governo regional catalão "já está preso ou no exílio".
A justiça espanhola acusa a ex-conselheira dos crimes de sediação, desvios de fundos públicos, desobediência e prevaricação pelo seu papel no referendo sobre a autodeterminação da Catalunha de 01 de outubro de 2017, declarado ilegal pela justiça espanhola.
Após ter saído de Espanha em 2017, Clara Ponsati permaneceu alguns meses na Bélgica juntamente com o ex-presidente da Generalitat Carles Puigdemont e outros ex-conselheiros do executivo regional catalão.
Em março de 2018, Ponsati mudou-se para a Escócia, onde ingressou na Universidade de St. Andrews como professora de Economia.
É o segundo processo de extradição que Ponsati enfrenta na Escócia, após o primeiro ter sido anulado em julho de 2018, depois da justiça espanhola ter retirado um primeiro mandado de detenção europeu contra a política catalã.
A 14 de outubro deste ano, nove líderes independentistas catalães, que permaneceram em Espanha, foram condenados a penas entre os nove e os 13 anos de prisão por sedição e peculato.
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