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Disparo de polícia cega jovem de 16 anos. "Riram-se enquanto sangrava"

Adolescente de 16 anos ficou cega do olho esquerdo. Agentes que dispararam sobre ela recusaram-lhe socorro. Aconteceu em São Paulo, no Brasil.

Disparo de polícia cega jovem de 16 anos. "Riram-se enquanto sangrava"
Notícias ao Minuto

17:07 - 14/11/19 por Notícias Ao Minuto

Mundo Violência policial

Gabriella Talhaferro, uma estudante brasileira de 16 anos de idade, está cega do olho esquerdo depois de ter sido atingida na face por uma bala de borracha, disparada por um agente da polícia com intenção de dispersar grupos de jovens no local onde se iria realizar uma festa.

A jovem explicou, numa entrevista concedida ao El País brasileiro, que se dirigiu com um grupo de amigos para o local onde se iria realizar um baile funk, na região de Guaianases, em São Paulo, na madrugada de domingo, dia 10 de novembro. Porém, à chegada ao local, verificaram que a Polícia Militar estava presente para impedir a realização do evento.

Gabriella explica que, mesmo sem a festa, os jovens permaneceram no local, por já passar da meia-noite e já não haver transporte de volta. Por volta das 2h da manhã, alguns agentes da Polícia Militar começaram a tentar dispersar pequenos grupos que ainda lá estavam com "bombas" e disparos de balas de borracha.

"Eu estava em frente a um bar quando tomei o tiro. Eles vieram na viatura, pararam na rua e quando virei o rosto o polícia atirou. Estavam bem à minha frente. Ele estava dentro da viatura. Nem saiu. Olhou no meu rosto e atirou", descreveu a jovem.

O carro patrulha, que pertencia à  28.º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano, parou mais à frente do local onde estava Gabriella e a jovem, a sangrar e a vomitar, foi ter com eles. "Pedimos para eles ligarem para os bombeiros e eles disseram 'desenrasca-te'. Um deles ainda me disse 'vai-te f****', enquanto o outro ria. Sou capaz de reconhecer todos: o que atirou em mim, o que me insultou e o que ria. Não sai da minha cabeça", explicou.

Gabriella acabou por ser socorrida por populares que estavam num bar, uma vez que a polícia se negou a prestar socorro. O dono do bar ligou para um motorista de Uber, que a levou até um hospital da zona, sendo que depois teve que ser transferida para uma unidade de saúde especializada.

Segundo a mesma publicação, a utilização de balas de borracha naquela situação foi ilegal. A mãe da jovem,  Kelly Talhaferro, diz-se indignada. "O que me dói é que não estavam numa guerra contra bandidos. São adolescentes. Pesquisei e vi que a minha filha não foi a única a ser baleada nestas condições. E todos os que são baleados foi no olho esquerdo. E nunca um culpado foi punido", disse.

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