Ministro da Defesa da Bolívia anuncia renúncia ao cargo
O ministro da Defesa da Bolívia, Javier Eduardo Zavaleta López, anunciou hoje a sua renúncia ao cargo através de uma carta publicada na rede social Twitter, na sequência da demissão do Presidente Evo Morales.
© Lusa
Mundo Bolívia
Zavaleta López disse que a sua vontade "sempre foi de preservar o caráter institucional das forças armadas ao serviço da população" e não contra esta.
"Nunca ordenámos aos nossos soldados e marinheiros que manejassem uma arma contra o seu povo e nunca o faríamos", disse Zavaleta, décimo terceiro ministro a deixar o cargo após a renúncia de Evo Morales, na crise desencadeada após a primeira volta das eleições presidenciais de 20 de outubro.
"O Estado que construímos é uma Bolívia onde os militares deveriam encarar a defesa da sua pátria ao lado do seu povo e não contra ele; portanto, a responsabilidade de voltar as armas contra o povo será daqueles que tomaram esta decisão", disse Zavaleta ao explicar as razões de sua demissão, numa carta datada de segunda-feira.
"Senhor Carlos Mesa (ex-presidente e principal oponente de Evo Morales nas eleições), senhor Fernando Camacho (líder de um comité cívico, a quem Morales acusa de orquestrar o golpe para tirá-lo do poder), uma questão política não é resolvida aumentando a calibre de repressão contra os seus compatriotas, as balas não são a resposta ou a solução ", acrescentou no texto.
"Política são ideias contra ideias e não o zumbido de balas", concluiu.
A Bolívia sofre uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como presidente para um quarto mandato consecutivo nas eleições de 20 de outubro, uma vez que a oposição e os movimentos da sociedade civil alegam que houve fraude eleitoral.
A Assembleia Legislativa da Bolívia recebeu na segunda-feira a carta de renúncia de Evo Morales, em que o presidente diz esperar que o seu gesto evite mais violência e permita "paz social" no país que governou durante 13 anos.
O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ainda que está de partida para o México, país que lhe concedeu asilo político, mas prometeu regressar brevemente "com mais força e energia".
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