Presidente da Bolívia Evo Morales demite-se

O presidente da República da Bolívia, Evo Morales, renunciou hoje ao cargo, após quase 14 años no poder, numa declaração transmitada pela televisão do país.

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© Reuters

Lusa
10/11/2019 21:03 ‧ 10/11/2019 por Lusa

Mundo

Bolívia

"Estou a renunciar para que os meus irmãos não sejam ameaçados. Lamento muito este golpe civil", afirmou.

Evo Morales, de 60 anos, adiantou que vai enviar a carta de demissão à Assembleia Legislativa da Bolívia.

Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido hoje que o Presidente abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.

O chefe da instituição militar, Williams Kaliman, e o comandante da polícia boliviana, Yuri Calderón, leram declarações separadas, nas quais pedem a renúncia de Morales, que foi reeleito nas eleições de 20 de outubro para um quarto mandato, sob suspeitas de fraude eleitoral.

Numa curta declaração ao país, o socialista Evo Morales explicou que a renúncia acontece por culpa de Carlos Mesa, ex-Presidente da Bolívia, e de Luis Fernando Camacho, presidente do Comité Cívico de Santa Cruz.

"Decidi esta demissão para que Mesa e Camacho deixem de perseguir os meus irmãos, os dirigentes sindicais... Para que não continuem a queimar casas. Para que não continuem a sequestrar dirigentes sindicais e a prejudicar as pessoas mais humildades", realçou o presidente cessante.

De acordo com o governante boliviano, a luta ainda não acabou.

"Quero dizer-vos que luta não acaba aqui. Os humildes, os pobres, os setores sociais, vamos continuar. A minha obrigação como presidente indígena e de todos os bolivianos é encontrar a pacificação do país", concluiu.

A Bolívia atravessa uma crise social e política desde o dia seguinte às eleições.

Hoje, Evo Morales havia já convocado novas eleições após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter recomendado a repetição do ato eleitoral por suspeitas de irregularidades no dia 20 de outubro.

Dois ministros e o presidente da Assembleia Nacional, Victor Borda, tinham também já renunciado hoje aos seus cargos.

Após as demissões no governo, também a presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, Maria Eugenia Choque Quispe, apresentou a sua renúncia "irrevogável" para ser "investigada", na sequência do relatório da OEA.

O Ministério Público da Bolívia anunciou hoje que vai processar os membros do Supremo Tribunal Eleitoral devido a irregularidades "muito graves" detetadas pela OEA, que podem levar a "erros criminais e eleitorais relacionados com o cálculo dos resultados oficiais" das eleições de 20 de outubro.

Os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram hoje a convocação de novas eleições presidenciais na Bolívia.

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