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Tropas ucranianas e separatistas pró-russos retiram-se da linha da frente

A Ucrânia e os separatistas pró-russos começaram hoje a retirada de tropas da linha da frente, no leste do país, o que poderá ser um prelúdio de uma cimeira de paz, anunciou hoje o exército ucraniano.

Tropas ucranianas e separatistas pró-russos retiram-se da linha da frente
Notícias ao Minuto

13:25 - 09/11/19 por Lusa

Mundo Ucrânia

"A retirada das tropas e de armamento começou" entre as vilas de Petrivske e Bohdanivka, declarou aos jornalistas presentes no local um alto responsável do exército ucraniano, Bogdan Bondar, citado pela agência France Presse (AFP).

A agência oficial dos separatistas pró-russos, DAN, indicou no seu 'site' que "as autoridades da República Popular de Donetsk (DNR) saúdam o início da retirada das armas e dos soldados" do setor.

Altamente secreto, o início da retirada de tropas começou pouco depois do meio dia local (10h00 em Lisboa), com o envio, por parte dos separatistas e dos ucranianos, de sinais luminosos, um branco de cada lado, que significava que os dois campos estavam prontos, e um verde, que significava que se começavam a retirar.

Debaixo do olhar de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que supervisionam a operação, os soldados dos dois lados começaram de seguida a retirar-se, em ordem de marcha, recuando um quilómetro de um lado e de outro da linha da frente, numa zona fechada.

A desmobilização, que pode demorar vários dias, estava programada para segunda-feira, passando depois para sexta, mas foi adiada devido a trocas de tiros na região.

Anteriormente, dois outros recuos das tropas da linha da frente do conflito ocorreram em junho e no final de outubro.

A retirada de hoje constitui "a última pré-condição para a organização da cimeira quadrangular" entre os dirigentes ucranianos e russos, com a mediação dos colegas franceses e alemães, assegurou esta semana o chefe da diplomacia ucraniana, Vadym Prystaiko, citado pela AFP.

Se Moscovo está menos categórica, Vadym Prystaiko espera que esse encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, o ucraniano, Volodymyr Zelekskiy, o francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, possa ocorrer em novembro, em Paris.

Este seria o primeiro encontro a este nível desde 2016, de forma a tentar encontrar uma solução ao conflito no leste da Ucrânia.

A realização da cimeira foi já repetidamente evocada nas últimas semanas, sem se concretizar, nomeadamente porque Moscovo condiciona uma retoma das conversações a um recuo das tropas em três pequenos setores da linha da frente.

Desencadeada na sequência da dinâmica do novo Presidente ucraniano, no cargo desde maio, a desmobilização suscita grande inquietude na Ucrânia, nomeadamente nos antigos combatentes no conflito.

No entanto, Volodymyr Zelenskiy não deixa de apelar a uma cimeira, esperando um avanço concreto para chegar a uma regulação do conflito com os separatistas pró-russos.

A guerra no leste da Ucrânia já fez cerca de 13 mil mortos desde o seu início há cinco anos, um mês depois da anexação da Crimeia por parte da Rússia.

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