Tropas ucranianas e separatistas pró-russos retiram-se da linha da frente
A Ucrânia e os separatistas pró-russos começaram hoje a retirada de tropas da linha da frente, no leste do país, o que poderá ser um prelúdio de uma cimeira de paz, anunciou hoje o exército ucraniano.
© REUTERS/Alexander Ermochenko
Mundo Ucrânia
"A retirada das tropas e de armamento começou" entre as vilas de Petrivske e Bohdanivka, declarou aos jornalistas presentes no local um alto responsável do exército ucraniano, Bogdan Bondar, citado pela agência France Presse (AFP).
A agência oficial dos separatistas pró-russos, DAN, indicou no seu 'site' que "as autoridades da República Popular de Donetsk (DNR) saúdam o início da retirada das armas e dos soldados" do setor.
Altamente secreto, o início da retirada de tropas começou pouco depois do meio dia local (10h00 em Lisboa), com o envio, por parte dos separatistas e dos ucranianos, de sinais luminosos, um branco de cada lado, que significava que os dois campos estavam prontos, e um verde, que significava que se começavam a retirar.
Debaixo do olhar de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que supervisionam a operação, os soldados dos dois lados começaram de seguida a retirar-se, em ordem de marcha, recuando um quilómetro de um lado e de outro da linha da frente, numa zona fechada.
A desmobilização, que pode demorar vários dias, estava programada para segunda-feira, passando depois para sexta, mas foi adiada devido a trocas de tiros na região.
Anteriormente, dois outros recuos das tropas da linha da frente do conflito ocorreram em junho e no final de outubro.
A retirada de hoje constitui "a última pré-condição para a organização da cimeira quadrangular" entre os dirigentes ucranianos e russos, com a mediação dos colegas franceses e alemães, assegurou esta semana o chefe da diplomacia ucraniana, Vadym Prystaiko, citado pela AFP.
Se Moscovo está menos categórica, Vadym Prystaiko espera que esse encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, o ucraniano, Volodymyr Zelekskiy, o francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, possa ocorrer em novembro, em Paris.
Este seria o primeiro encontro a este nível desde 2016, de forma a tentar encontrar uma solução ao conflito no leste da Ucrânia.
A realização da cimeira foi já repetidamente evocada nas últimas semanas, sem se concretizar, nomeadamente porque Moscovo condiciona uma retoma das conversações a um recuo das tropas em três pequenos setores da linha da frente.
Desencadeada na sequência da dinâmica do novo Presidente ucraniano, no cargo desde maio, a desmobilização suscita grande inquietude na Ucrânia, nomeadamente nos antigos combatentes no conflito.
No entanto, Volodymyr Zelenskiy não deixa de apelar a uma cimeira, esperando um avanço concreto para chegar a uma regulação do conflito com os separatistas pró-russos.
A guerra no leste da Ucrânia já fez cerca de 13 mil mortos desde o seu início há cinco anos, um mês depois da anexação da Crimeia por parte da Rússia.
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