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Mulher de catalão condenado por sedição acusa Madrid de evitar diálogo

Laura Masvidal, mulher de um dos políticos condenados no processo independentista catalão por sedição, disse hoje à Lusa que os "executivos espanhóis" foram incapazes de governar porque evitaram enfrentar a Catalunha.

Mulher de catalão condenado por sedição acusa Madrid de evitar diálogo
Notícias ao Minuto

08:23 - 07/11/19 por Lusa

Mundo Catalunha

"Espanha tem um problema, o problema é a Catalunha e a única que coisa que a Espanha fez foi agravar o problema. Eu neste momento já não me quero entender com Espanha, apesar de muita gente na Catalunha querer o entendimento. Agora eu já não quero", disse à Lusa Laura Masvidal, mulher de Joaquim Forn, ex-conselheiro da Generalitat, condenado a 10 anos e meio por sedição no âmbito do Processo independentista.

"Antes do dia 01 de outubro de 2017 [data do referendo ilegal independentista] obviamente que queria entendimentos com os nossos 'vizinhos e irmãos', mas, neste momento, a minha ferida é tão funda que não a quero curar", afirma Masvidal sublinhando que a "falta de diálogo" com os independentistas bloqueou a política espanhola.

"O facto de Espanha não querer enfrentar o assunto da Catalunha incomoda-me de uma forma tremenda. O governo do Partido Popular de Rajoy caiu por não querer enfrentar este assunto e o PSOE de Pedro Sánchez não conseguiu nem estabilidade e nem sequer conseguiu governar", disse.

A menos de 48 horas do fim da campanha eleitoral, Laura Masvidal diz que, na Catalunha, as pessoas sabem que têm de votar, mas que "ninguém vai votar contente".

"Na Catalunha os mais jovens têm uma tal aversão à politica que a situação é perigosa. Esta é a opinião pessoal da mulher de um 'preso político'", diz considerando "políticas" as sentenças do Processo.

Laura Masvidal, que pertence a uma associação que reúne os familiares dos condenados do Processo independentista, diz ainda que Joaquim Forn prefere "não opinar" sobre a violência que tem marcado as últimas semanas o dia-a-dia da Catalunha.

"O meu marido diz-me que não está a viver os acontecimentos e que estando encerrado há muito tempo, as notícias dos acontecimentos chegam da forma que chegam e, por isso, diz-me que prefere não opinar sobre a 'temperatura' nas ruas porque não está a viver os acontecimentos", explica.

"Ele reserva-se muito neste momento porque diz que não está a viver a rua. Diz-me que está dentro e não está fora. De certa forma surpreende-me porque sempre foi uma pessoa que opinava, mas ele sente que está longe dos acontecimentos atuais", conclui.

No âmbito do Processo independentista catalão o Tribunal Supremo condenou a 13 anos de prisão o ex-vice-presidente da comunidade autónoma da Catalunha Oriol Junqueras e a penas de até 12 anos outros oito protagonistas políticos culpados de sedição e desvio de fundos públicos no processo através do qual procuraram conseguir a independência da região em 2017.

Três antigos conselheiros do governo autónomo catalão foram condenados a 12 anos de prisão por sedição e desvio: Raül Romeva, Jordi Turull e Dolors Bassa; enquanto os Joaquim Forn e Josep Turull cumprem 10 anos por sedição.

A ex-presidente do Parlamento autónomo catalão Carme Forcdell foi condenada a uma pena de 11 anos e 6 meses, enquanto os líderes de associações independentistas Jordi Sánchez e Jordi Cuixart foram condenados a 9 anos de prisão, todos por um delito de sedição.

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