Governo do Zimbabué despede médicos que aderiram a greve
O governo do Zimbabué despediu hoje 77 médicos que aderiram à greve convocada desde 03 de setembro para conseguirem melhorias salariais, uma medida sem precedentes e que ameaça a sustentabilidade do sistema de saúde.
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Mundo Zimbabué
O Conselho dos Serviços de Saúde está a realizar audiências disciplinares contra os médicos que se juntaram aos protestos desde setembro e é esperado que o número de despedidos venha a subir até ao dia 15 de novembro, data em que acabam estes procedimentos.
"Setenta e sete médicos foram considerados culpados de se ausentarem ao serviço sem licença ou causa razoável", afirmou o presidente do conselho, Paulinus Sikosana.
A maioria dos médicos do país que se juntou à greve convocada desde setembro exige que o Governo lhes pague parte de seu salário em dólares norte-americanos e não no desvalorizado dólar do Zimbabué, devido ao aumento dos preços dos produtos.
Um médico ganha o equivalente a cerca de 130 dólares (cerca de 117 euros) por mês, o que não é suficiente para pagarem a gasolina para se deslocarem para o trabalho e para comprarem os bens básicos, numa economia que teve uma inflação superior a 230% em julho.
Esta é uma decisão que não tem precedentes no Zimbabué, embora no ano passado o Governo tenha despedido milhares de enfermeiros por razões semelhantes.
Este despedimento em massa constitui um duro golpe para o setor médico, que já sofre de falta de pessoal, e as lacunas criadas serão difíceis de colmatar devido à falta de profissionais.
"É uma loucura, espero que caiam em si", disse o porta-voz da Associação de Médicos Hospitalares do Zimbabué, Masimba Ndoro.
Por sua vez, a entidade sindical que reúne a maioria dos funcionários públicos, incluindo milhares de professores, assegurou hoje que não houve progresso nas reuniões com o governo para renegociar suas condições salariais e que vão avançar os protestos previstos para a capital, Harare.
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