"O diálogo é cada vez mais difícil no sentido de encontrarmos uma saída democrática", disse à Lusa Alfred Bosch, dirigente da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e membro do governo da região autónoma presidido por Joaquin Torra.

"Porque é que Pedro Sánchez está a fazer este jogo apesar de termos oferecido oportunidades? No momento da moção de censura em 2017 nós contribuímos para mudar Mariano Rajoy (Partido Popular) por Pedro Sánchez", questiona Bosch culpando o primeiro-ministro em funções pela falta de contactos.

"Sem nós ele não teria sido primeiro-ministro. E agora ele está a transformar-se em parte do problema e não em parte da solução", acusa.

Para Bosch, o "uso da força", as condenações do Tribunal Supremo contra aqueles que considera "presos políticos" e as "ameaças" contra o governo da Catalunha estão na ordem do dia.

Por isso, considera a "crise" catalã um assunto internacional sobretudo para a União Europeia e para as Nações Unidas.

"Em Portugal temos o apoio de intelectuais e políticos que dizem que isto se tem de resolver-se, para que o governo espanhol seja pressionado a dialogar. Isso já aconteceu, mas depois foi suspenso por Pedro Sánchez", diz sem especificar

Quando questionado sobre os atos de violência nas ruas da Catalunha, Bosch desvaloriza.

"Estamos a fazer esforços para garantir a liberdade de expressão e o livre movimento das pessoas. Temos visto confrontos na rua, mas isso acontece em muitas partes do mundo. Felizmente não tem comparação com Hong Kong ou França", afirma acrescentando que muitos cidadãos tentam evitar os confrontos.

"Temos visto cenas interessantes de pessoas que se põem entre a polícia e os manifestantes. Nas últimas semanas as pessoas correm riscos para evitar os confrontos. Sinto muito orgulho quando vejo isso", disse o político catalão, dirigente da ERC e membro do governo local.

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