Pequim aprova medidas para seduzir taiwaneses
O Governo chinês anunciou hoje várias medidas destinadas a "promover os intercâmbios e a cooperação económica e cultural" com Taiwan, mas Taipé respondeu que "não há necessidade" de implementá-las.
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Mundo China
Entre as 26 medidas anunciadas por Pequim, treze visam "garantir" que as empresas taiwanesas recebem o mesmo tratamento que as do continente no acesso ao mercado chinês, incluindo em "investimento, participação em grandes projetos de desenvolvimento tecnológico, redes de quinta geração (5G), economia circular, aviação civil, parques temáticos e novas instituições financeiras", informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.
As outras 13 medidas visam garantir igualdade de tratamento para os "compatriotas" de Taiwan, oferecendo mais facilidades em questões como proteção consular, despesas com telecomunicações, qualificação para compra de casas ou validação de títulos profissionais, explicou a agência.
Logo após o anúncio, o ministro taiwanês dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, respondeu na rede social Twitter que "não há necessidade" de implementar aquelas medidas, que foram acrescentadas a outras 31 anunciadas no ano passado e que, segundo o Governo de Taiwan, "não foram eficazes em atrair os taiwaneses".
Wu ironizou que, em vez daquelas medidas, "dar às pessoas mais liberdade também seria bom", enquanto a porta-voz do ministério taiwanês dos Negócios Estrangeiros acrescentou que "Taiwan é um Estado soberano" e que "a jurisdição consular do governo de Taiwan não tem nada a ver com a China".
A proposta chinesa surge dois meses antes das eleições presidenciais em Taiwan
Pequim cortou os mecanismos de diálogo com Taipé desde a eleição de Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP, sigla em inglês), pró-independência, em 2016, e afirmou que só aceita voltar atrás se a líder taiwanesa declarar que a ilha é parte da China.
Tsai concorre a um segundo mandato nas eleições que se realizam em janeiro. China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.
Desde que Tsai Ing-wen foi eleita Presidente, sete países, incluído São Tomé e Príncipe, cortaram relações diplomáticas com Taipé, que conta agora apenas 15 aliados diplomáticos.
E após o XIX Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), em 2017, as incursões de aviões militares chineses no espaço aéreo da ilha intensificaram-se, levando analistas a considerarem como cada vez mais provável uma invasão da China.
No entanto, o apoio militar dos Estados Unidos a Taipé tem aumentado, o que constitui outra fonte de tensão entre Washington e Pequim.
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