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Comunidade internacional "tem de fazer mais" por refugiados venezuelanos

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, defendeu hoje que a comunidade internacional "tem de fazer mais" para apoiar os migrantes e refugiados venezuelanos, mas reiterou o apelo a uma solução política para esta crise.

Comunidade internacional "tem de fazer mais" por refugiados venezuelanos
Notícias ao Minuto

23:37 - 28/10/19 por Lusa

Mundo União Europeia

"Este é o momento para todos nós fazermos mais e mostrarmos que não vamos deixar a Venezuela sozinha em tempos difíceis, apelando ainda a que outros se juntem a nós", declarou a Alta Representante da UE para a Política Externa, falando na cerimónia de abertura da Conferência Internacional de Solidariedade, que decorre hoje e terça-feira, em Bruxelas, para mobilizar apoio para migrantes e refugiados venezuelanos e para as comunidades que os recebem na América Latina.

Discursando no arranque os trabalhos - que contarão com a presença de ministros e funcionários de alto nível da América Latina e das Caraíbas e representantes dos Estados-membros da UE, assim como com o setor privado e sociedade civil - Federica Mogherini notou que, apesar de esta ser das maiores crise de refugiados e migrantes do mundo, a "comunidade internacional não está, simplesmente, a fazer o suficiente e não está tão consciente quanto deveria".

Por isso, a chefe da diplomacia europeia garantiu que a UE continuará a estar "ao lado" da Venezuela, "de forma financeira, técnica e política", mobilizando ainda outros atores políticos.

Apontando que a ajuda disponibilizada desde 2016 pelas instituições europeias e pelos Estados-membros à região ascende a perto de 320 milhões de euros, Federica Mogherini assinalou que a UE "está pronta para fazer a sua parte nos próximos meses e anos".

"Mas claro que esperamos que essa ajuda não seja mais precisa", notou, vincando que "esta crise requer uma solução política, democrática e pacífica que tem de surgir de dentro da Venezuela e ser apoiada pela região e pela comunidade internacional".

Além da UE, esta conferência internacional é organizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional de Migração (OIM), numa iniciativa que deverá ser replicada nos próximos meses.

Também presente na cerimónia de abertura, o diretor-geral da OIM, António Vitorino, apontou que, apesar da dimensão, esta crise migratória tem tido "falta de visibilidade na comunidade internacional", pelo que se congratulou com esta "chamada de atenção oportuna".

Saudando a "extrema generosidade dos países da região", António Vitorino notou que a situação está a "colocar estas sociedades [das comunidades recetoras] sob uma enorme pressão".

Por isso, defendeu medidas para garantir a documentação e regularização destes migrantes, mas também ações "restritivas" que garantam uma "constante monitorização" dos fluxos migratórios e evitem "abusos na dignidade destes migrantes por traficantes".

Já o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, Filippo Grandi falou no "início de um processo de mobilização de apoio", mostrando "aos migrantes e às comunidades anfitriãs que o mundo não se esqueceu deles".

A Venezuela atravessa uma crise política há vários meses, situação que se soma a uma grave crise económica e social que já levou cerca de cinco milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.

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