Com o país "refém" do Parlamento, Boris desafia oposição a ir a eleições

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai desafiar esta segunda-feira, e pela terceira vez, os partidos da oposição a viabilizarem eleições legislativas antecipadas, desta vez a 12 de dezembro, alegando que o país está "refém" do parlamento.

UE favorável a novo adiamento do 'Brexit' mas ainda sem resposta para Londres

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Lusa
28/10/2019 06:15 ‧ 28/10/2019 por Lusa

Mundo

Brexit

Bloqueada duas vezes em setembro, a proposta foi anunciada na semana passada pelo primeiro-ministro perante a iminência de mais um adiamento do 'Brexit', previsto para quinta-feira.

A União Europeia ainda não respondeu oficialmente, mas várias fontes indicaram que será oferecido um prolongamento do processo para possibilitar a ratificação de um acordo que permita uma saída ordenada do Reino Unido da UE.

Boris Johnson foi obrigado por uma lei a pedir um adiamento de três meses, até 31 de janeiro, o qual poderá ser necessário porque, embora tenha conseguido na terça-feira uma votação favorável da legislação para o 'Brexit' na generalidade, o calendário para concluir a aprovação em três dias foi chumbado.

"O que me preocupa é que este Parlamento desperdice os próximos três meses como desperdiçou os últimos três anos. O Parlamento não pode manter o país como refém por mais tempo", afirmou, num comunicado emitido no fim de semana.

De acordo com a legislação em vigor, as eleições legislativas só podem ser antecipadas com o consentimento de dois terços dos deputados (434), pelo que Boris Johnson precisa de convencer perto de 150 parlamentares da oposição.

Em termos práticos, isto significa que é preciso o apoio do Partido Trabalhista, mas o líder, Jeremy Corbyn, mantém ser necessária uma garantia de que o Reino Unido não pode sair da UE sem um acordo.

Para persuadir a oposição a aceitar eleições em 12 de dezembro, o governo aceita submeter de novo a legislação para o 'Brexit' que suspendeu na semana passada, mas com a condição de o parlamento concluir o processo de aprovação até ao dia da dissolução do parlamento, a 06 de novembro.

Os segundo e terceiro maiores partidos da oposição, os Liberais Democratas e os nacionalistas escoceses (SNP), manifestaram-se abertos a eleições antecipadas, mas antes, a 09 de dezembro.

A antiga deputada conservadora Heidi Allen, atual Liberal Democrata, salientou, em declarações à Sky News, que eleições a 12 de dezembro impediria muitos estudantes universitários de votarem porque entram de férias no início da mesma semana.

Políticos e analistas apontaram para mais problemas de eventuais eleições em dezembro, como a possibilidade de mau tempo e a eventualidade de o anoitecer mais cedo dificultar a campanha e contribuir para a abstenção.

Outros obstáculos referidos foram a proximidade do Natal, que sobrecarrega os serviços postais, comprometendo os votos por correspondência, e cujas festividades ocupam locais, como escolas e salões de igreja, normalmente usados para instalar as mesas de voto.

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