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Milhares apoiam "a revolução" no Líbano nas ruas de Paris

Milhares de libaneses ou franco-libaneses manifestaram-se hoje ao início da tarde nas ruas de Paris em apoio "à revolução" dos seus compatriotas contra os dirigentes "corruptos", adiantou hoje a AFP.

Milhares apoiam "a revolução" no Líbano nas ruas de Paris
Notícias ao Minuto

17:12 - 27/10/19 por Lusa

Mundo Líbano

Sob o lema "Revolução", que se ouvia aos megafones, cerca de três mil pessoas reuniram-se frente do "muro da paz", um monumento erigido junto à Torre Eiffel na capital francesa.

Os manifestantes ostentavam faixas com palavras de ordem como "Revolução laica" ou "Fora", além de muitas bandeiras libanesas.

"Estamos cansados dos dirigentes do Líbano. São ladrões", disse à AFP Rita, de 27 anos, que exibia um cartaz improvisado onde escreveu: "No Líbano, se roubas um pão vais preso, mas se roubas 85 mil milhões de dólares diriges um país".

"Vim apoiar os manifestantes libaneses e espero que a situação não termine em violência, porque isso é que os governantes querem", acrescentou.

Léo Nicolian, porta-voz do Conselho de coordenação dos libaneses em França (CCLF), uma organização criada no início dos protestos no Líbano, disse que os manifestantes estavam hoje nas ruas de Paris para mostrar aos compatriotas que estão com eles.

"Não são manifestações, mas sim a revolução. Estamos fartos de ser dirigidos por chefes de guerra que têm o país inteiro nas suas mãos depois do fim da guerra civil", disse Nicolian, que sublinhou que esta "é a primeira vez que o povo libanês, de todas as confissões religiosas, está unido".

O responsável associativo disse à AFP que cerca de 280 mil libaneses ou franco-libaneses vivem em França.

"A França não pode permanecer como mera espetadora (...) Tem o dever moral de ajudar todo o povo libanês a dotar-se de uma verdadeira República", disse, em jeito de recado ao Presidente francês Emmanuel Macron.

A revolta libanesa eclodiu a 17 de outubro depois de um anúncio surpresa de uma taxa sobre as chamadas gratuitas feitas através da aplicação Whatsapp.

A medida foi rapidamente anulada, mas a cólera contra o Governo não desapareceu, considerada incompetente e corrupta num país onde falta eletricidade, água ou serviços médicos essenciais 30 anos depois da guerra civil (1975-1990).

Hoje, dezenas de milhares de libaneses formaram um cordão humano de 170 quilómetros ao longo da costa do país para declarar a sua unidade e determinação de expulsar a classe política, num cenário de crescente tensão.

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