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Turquia pede aos EUA extradição do comandante das Forças Democráticas

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje que solicitará aos EUA a extradição do dirigente curdo-sírio Mazlum Abdi, comandante das Forças Democráticas da Síria (FDS), aliadas de Washington na luta contra os 'jihadistas'.

Turquia pede aos EUA extradição do comandante das Forças Democráticas
Notícias ao Minuto

12:33 - 25/10/19 por Lusa

Mundo Síria

"O personagem que se conhece pelo pseudónimo de Mazlum é um terrorista procurado com alerta vermelho. Temos um acordo de extradição com os Estados Unidos. Os EUA têm de entregar esse homem [à Turquia]", apelou Erdogan na noite passada, numa entrevista à televisão pública TRT.

Ferhat Abdi Sahin, mais conhecido como Mazlum Abdi ou Mazlum Kobani, é membro das milícias curdo-sírias Unidades de Proteção Popular (YPG), principal componente das FDS, que até este mês eram aliadas dos Estados Unidos na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) na Síria.

Abdi foi o mediador do Governo dos EUA durante essa aliança e manteve contacto com o Presidente Donald Trump, que inclusive reencaminhou a Erdogan uma carta do líder curdo para propor uma negociação entre Ancara e as FDS durante a ofensiva militar que o exército turco lançou no nordeste da Síria no passado dia 09 de outubro.

Segundo a Turquia, o objetivo da operação militar é forçar a retirada das YPG de um território de 30 quilómetros na fronteira turco-síria, enquanto os curdos consideram que a ofensiva pretende fazer uma limpeza étnica.

Ancara considera estas milícias como terroristas pelas suas ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

A imprensa turca indicou que o próprio Abdi pertenceu ao círculo do fundador do PKK, Abdullah Ocalan, também apelidado de "Apo", quando foi exilado na Síria, estando atualmente detido na Turquia desde 1999.

"Explicámos a Donald Trump que ficámos ofendidos porque troca cartas com terroristas e nos envia esta carta anexada à dele", indicou o chefe de Estado da Turquia, acrescentando que não obteve resposta do Presidente norte-americano.

Erdogan aludiu à captura e ao sequestro de Ocalan no Quénia em 1999 pelos serviços secretos da Turquia com a ajuda da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA como um exemplo do que ele considera uma colaboração correta contra o terrorismo.

"Onde se conseguiu um resultado? No Quénia. Então entregaram-nos Apo. Isso foi bom", afirmou o líder turco.

O Presidente da Turquia indicou que prevê reunir-se com Donald Trump em Washington no próximo dia 13 de novembro.

Mazlum Abdi está atualmente na Síria, mas na quarta-feira passada, um grupo de senadores norte-americanos escreveu uma carta ao secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, para pedir que este emitisse um visto ao líder curdo para que pudesse viajar para Washington.

Em declarações difundidas no Twitter na quarta-feira pelo porta-voz das FDS, Mustafa Bali, o comandante das FDS afirmou ter falado com o líder norte-americano para lhe explicar "as violações turcas da trégua" e agradecer "pelos seus incansáveis esforços para impedir o brutal ataque turco".

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