Mulheres manifestam-se na Guiné-Conacri contra Presidente Alpha Condé
Centenas de mulheres manifestaram-se hoje pelas ruas da capital da Guiné-Conacri contra a possibilidade de o Presidente do país, Alpha Condé, concorrer a um terceiro mandato, seguindo a linha de protestos que dura há mais de uma semana.
© Reuters
Mundo Protestos
Cerca de 400 mulheres, a maioria vestida de branco, iniciaram a marcha ao final da manhã desde Hamdallaye, um bairro em Conacri com forte apoio da oposição, até ao Estádio 28 de Setembro, de acordo com a agência France-Presse.
Na marcha, as participantes gritavam "justiça pelos nossos mártires" e "morte aos assassinos dos nossos filhos", carregando ainda cartazes e tarjas em que pediam a libertação dos seus líderes "injustamente condenados".
"Marchamos contra esses assassínios e pedimos a Alpha Condé que saia agora", explicou um dos manifestantes, citado pela mesma fonte.
A Frente Nacional de Defesa da Constituição (FNDC), que reivindica as manifestações, pediu protestos e a paralisação da economia a partir de 14 de outubro, como forma de bloquear um possível terceiro mandato para Alpha Condé, em 2020.
Respondendo ao apelo, Conacri e outras várias cidades guineenses foram palco de violentos confrontos na semana passada, durante os quais morreram oito manifestantes (dez, de acordo com a oposição) e um membro das forças de segurança.
Na terça-feira, cinco membros da oposição foram condenados a penas de prisão superiores a seis meses, sendo que a mais pesada - um ano - foi aplicada ao líder da FNDC, Abdourahamane Sanoh.
O Governo anunciou que esta marcha foi autorizada pelas autoridades "de acordo com os textos relativos ao exercício dos direitos fundamentais, incluindo a liberdade de manifestação".
No entanto, o executivo de Alpha Condé relatou ter informações "consistentes e persistentes" sobre infiltração de pessoas "determinadas a perturbar a ordem pública através de violência".
Para quinta-feira, a FNDC marcou uma "grande marcha pacífica", também esta autorizada pelo Governo guineense.
A Guiné-Conacri encontra-se numa crise política alimentada pela vontade de o Presidente do país, Alpha Condé, se recandidatar a um terceiro mandato em 2020, alterando, para isso, a Constituição.
Em janeiro deste ano, Alpha Condé prolongou o mandato do parlamento guineense até que uma nova legislatura tomasse posse, numa data não especificada.
Em 23 de setembro, Alpha Condé referiu-se à decisão de realizar na Guiné-Conacri um referendo que possibilite uma alteração constitucional por forma a alargar o número de mandatos presidenciais, atualmente de cinco anos, renovável uma vez, e lhe permita candidatar-se ao cargo, cujo mandato expira em dezembro de 2020.
Alpha Condé chegou ao poder em 21 de dezembro de 2010 após vencer a segunda volta das presidenciais contra o ainda principal líder da oposição, Cellou Dalein Diallo, e foi reeleito em outubro de 2015.
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