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Forças russas passam Eufrates, aplicando acordo com turcos

Forças russas passaram hoje o Eufrates, na Síria, em direção à fronteira com a Turquia, aplicando o acordo russo-turco da véspera sobre a retirada das forças curdas, anunciaram media estatais russos.

Forças russas passam Eufrates, aplicando acordo com turcos
Notícias ao Minuto

13:21 - 23/10/19 por Lusa

Mundo Síria

A polícia militar russa atravessou o rio ao meio-dia local (10h00 em Lisboa) e "avança para a fronteira sírio-turca" no norte da Síria, indicaram a agência Tass e o canal Rossiya 24, citando uma mensagem do Ministério da Defesa.

A Turquia lançou a 9 de outubro uma ofensiva contra a milícia curdo-síria Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera terrorista, mas que foi apoiada pelos países ocidentais na luta contra os 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico.

Ancara interrompeu a operação na semana passada após um acordo com os Estados Unidos que previa a retirada das YPG de uma faixa de 30 quilómetros de largura e 120 de comprimento junto à fronteira turca, entre as cidades de Tal Abyad e Ras al-Ayn.

Na terça-feira, a Turquia indicou que não iria retomar a operação militar na Síria, dado as forças curdas se terem retirado das zonas fronteiriça.

O acordo com a Rússia prevê a retirada das YPG do resto da fronteira turca entre o rio Eufrates e a fronteira iraquiana no prazo de 150 horas a partir das 9h00 TMG (10h00 em Lisboa) de hoje.

Ancara controlará a referida faixa entre Tal Abyad e Ras al-Ayn e o acordo não evoca qualquer data de retirada dos turcos.

No caso dos setores junto aquela faixa, após a retirada das forças das YPG - que deve ser "facilitada" pela polícia russa, incluindo em Minbej onde os russos e os sírios já estão -, vão circular patrulhas conjuntas turco-russas.

O acordo prevê também um esforço conjunto "para facilitar o regresso voluntário e seguro de refugiados", sem dar mais pormenores.

A Turquia, que acolhe 3,6 milhões de refugiados sírios, deu como uma das razões para a criação da "zona de segurança" visada pela ofensiva no norte sírio o regresso de cerca de dois milhões daqueles refugiados ao seu país.

Os presidentes da Rússia e da Turquia reiteram no acordo a sua vontade de "lutar contra o terrorismo em todas as suas formas" e "resistir às aspirações separatistas no território sírio", comprometendo-se a tomar as "medidas necessárias para impedir uma infiltração dos elementos terroristas".

Vladimir Putin faz referência explicitamente ao risco de ressurgência do EI, com milhares de combatentes detidos pelos curdos.

Recep Tayyip Erdogan saudou um acordo "histórico", tendo em conta a ameaça que representa, segundo ele, para o seu país o separatismo curdo.

Na terça-feira, a ONU disse que mais de 176 mil pessoas, incluindo 80 mil crianças, foram deslocadas pela ofensiva turca no nordeste da Síria, que também destruiu "infraestruturas críticas".

A operação turca criou uma nova frente na guerra da Síria desencadeada em 2011 e na qual Moscovo é aliado do regime de Bashar al-Assad, enquanto Erdogan apoia alguns rebeldes.

Os dois países asseguram no acordo prosseguir os seus esforços para encontrar uma "solução política durável" para o conflito, que já matou mais de 370 mil pessoas e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.

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