As revelações foram feitas hoje pelo Departamento de Justiça norte-americano, adiantou a Associated Press (AP), referindo que o referido angariador e financiador de campanhas políticas Imaad Zuberi exercia pressão junto de detentores de altos cargos no Governo norte-americano.
As alegações imputadas a Zuberi neste processo não envolvem as suas relações com o atual Presidente norte-americano, Donald Trump, centrando-se nos milhões de dólares em contribuições que fez durante a administração do anterior presidente Barack Obama, quando terá usado essas mesmas contribuições para obter acesso a altos funcionários e persuadi-los a alterar a política americana de forma favorável aos seus clientes.
Zuberi, com vastas ligações a funcionários estrangeiros, angariou milhões de dólares para os Democratas, mas mudou a sua fidelidade para o republicano Donald Trump a poucas horas da sua eleição em 2016, doando 900 mil dólares (cerca de 800 mil euros) para a cerimónia inaugural do presidente.
Antes de se mudar para o lado de Donald Trump na noite das eleições, trabalhou como angariador de fundos para Hillary Clinton e Barack Obama.
Os procuradores federais de Los Angeles afirmam que Zuberi, de 49 anos, concordou em declarar-se culpado de três acusações com uma pena máxima de 15 anos de prisão. Zuberi, que não respondeu aos pedidos de comentários da AP, é esperado em tribunal em 30 de outubro.
Os documentos do tribunal alegam que Zuberi pediu dinheiro nos últimos anos a cidadãos estrangeiros e representantes de governos estrangeiros dizendo que poderia usar a sua influência para mudar a política externa e criar oportunidades de negócio para os seus clientes e para si próprio.
Os procuradores alegam que apesar de os seus esforços terem "gerado resultados marginais", alguns funcionários do Governo norte-americano estavam dispostos a adotar as posições que Zuberi defendia.
Documentos consultados pela AP revelam que Zuberi já estava a ser vigiado pelas autoridades em Nova Iorque há meses e chegou a ser apontado numa intimação enviada ao comité inaugural de Trump em busca de um conjunto de documentos.
Esse inquérito parece focar-se em perceber se algum cidadão estrangeiro ajudou a financiar a cerimónia de inauguração da presidência de Trump, com um custo de 107 milhões de dólares (cerca de 96 milhões de euros).
A AP refere que a conduta referida no processo em Los Angeles aconteceu anos antes de Trump ser eleito.