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Bolsonaro diz preferir que filho desista de ser embaixador nos EUA

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse preferir que o seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado da câmara baixa parlamentar, desista de se tornar embaixador do país nos Estados Unidos da América (EUA) para pacificar o partido de ambos.

Bolsonaro diz preferir que filho desista de ser embaixador nos EUA
Notícias ao Minuto

16:30 - 22/10/19 por Lusa

Mundo Jair Bolsonaro

"O Eduardo [Bolsonaro] vai ter que decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil, se ele quer ter seu nome submetido ao Senado para a embaixada ou não (...) Vai ter que decidir se quer se submeter, ou não", disse o presidente brasileiro durante uma viagem ao Japão.

O chefe de Estado acrescentou: "No meu entender, ele ficar lá, ficar no Brasil. Ficar no Brasil, [para] pacificar o partido dele".

Em agosto, Jair Bolsonaro disse que indicaria o filho para o cargo do embaixador do Brasil nos EUA, mas não formalizou a nomeação junto ao Senado [câmara alta parlamentar], responsável por aprovar os embaixadores indicados pelo governo.

A atual declaração do presidente brasileiro ocorre no meio de uma crise do Partido Social Liberal (PSL), dividido entre os apoiantes de Bolsonaro e correligionários que defendem o presidente do partido, Luciano Bívar.

O PSL também é alvo de investigações sobre candidaturas fantasma de mulheres nas anteriores eleições disputadas no país.

Na segunda-feira, Eduardo Bolsonaro, conseguiu reunir assinaturas de mais de metade dos membros do partido na câmara baixa parlamentar e tornar-se líder do PSL.

O PSL era uma formação de baixa representatividade no parlamento do país, com apenas um deputado, até às anteriores eleições, quando se tornou o segundo maior partido dentro da câmara baixa, elegendo 53 dos 513 deputados desta casa parlamentar.

Desde o início do ano, porém, o partido vive momentos conturbados porque é alvo de investigações sobre candidaturas fantasma.

As lideranças do partido são acusadas de promover candidaturas fantasma de mulheres e desviar o dinheiro das campanhas femininas para outras finalidades.

No Brasil, o financiamento eleitoral é suportado maioritariamente com dinheiro público e a lei estabelece que todos os partidos devem usar 30% das verbas para a promoção de candidaturas de mulheres.

No entanto, o jornal Folha de S.Paulo revelou denúncias que estão a ser investigadas pelas autoridades policiais sobre mulheres que teriam recebido grandes somas de dinheiro para lançar candidatura pelo PSL, mas que tiveram uma baixa votação porque, de facto, não fizeram campanha.

O partido de Jair Bolsonaro também está envolvido num outro caso muito semelhante que levou a Promotoria (equivalente ao Ministério Público português) a denunciar formalmente o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro António.

Marcelo Álvaro António, único representante do PSL no gabinete de Bolsonaro, foi acusado de promover "candidatas fantasma" para aumentar os recursos do fundo partidário.

Apesar de já ter sido denunciado, Jair Bolsonaro manteve o ministro do Turismo no cargo e disse que poderá demiti-lo se a Justiça brasileira aceitar a denúncia do Ministério Público.

Enquanto estas investigações prosseguem, o chefe de Estado brasileiro chegou a propor uma auditoria às contas do PSL para verificar se o partido cometeu atos irregulares e também ameaçou deixar o partido, duas situações que ainda não se concretizaram.

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