Continente americano e França vão debater invasão de alga
Vários países do continente americano vão reunir-se na quarta-feira, em Guadalupe, para debater a explosão da alga marinha sargaço na costa das Caraíbas e partilhar informações que permitam combater a poluição causada.
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Mundo Ambiente
A reunião, que termina no próximo sábado, deverá levar à adoção de uma "resolução política" sobre a gestão regional e internacional dessas algas que ameaçam tornar-se uma calamidade daqui a menos de 10 anos.
Brasil, México, Estados Unidos, República Dominicana, Panamá, Guatemala, Costa Rica e Porto Rico estão entre os países que vão marcar presença na principal cidade da região, Pointe-à-Pitre.
"Há mais de 30 países que estão a sentir o impacto" desta alga, de cheiro nauseabundo, afirmou a presidente da Comissão de Meio Ambiente da Comunidade Regional, Sylvie Gustave Dit Duflo.
O final da reunião -- organizada em conjunto com França - contará também com a presença do primeiro-ministro francês, Édouard Philippe.
Desde 2011, quando, pela primeira vez, uma praia das Caraíbas ficou soterrada de sargaços, que estas algas se acumulam regularmente nas costas da região, chegando a bloquear os portos, e emitem sulfeto de hidrogénio (um gás com odor de ovos podres e carne em decomposição) e amoníaco, que podem causar dores de cabeça e vómitos.
A poluição tem tido um impacto negativo no turismo e no quotidiano dos moradores locais.
"Entre 2015 e 2017, nas Antilhas francesas, tínhamos mais de um milhão de metros cúbicos de sargaço", disse Sylvie Gustave Dit Duflo.
"Só em 2018-2019, Guadalupe recebeu mais de 300.000 toneladas" desta alga nas suas costas, referiu, acrescentando que "é preciso que a população tome consciência que isto é uma questão de longo prazo" e que o problema será "recorrente e sazonal".
Na Riviera Maia, México, as famosas praias de areia branca foram invadidas, em maio passado, pelo fenómeno, levando a uma fuga de turistas, situação que se repetiu em Miami Beach, na Florida, Estados Unidos.
A conferência permitirá fazer um balanço das investigações científicas sobre o fenómeno com causas "múltiplas", segundo o investigador do laboratório Boréa (Biologia de organismos e ecossistemas aquáticos do Museu Nacional de História Natural) Pascal-Jean Lopez, que refere sobretudo "o aumento das correntes marítimas na superfície", a "temperatura da água" e os fatores de produção "de nutrientes da Amazónia".
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