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Carlos Mesa com vantagem mínima sobre Evo Morales na Bolívia

A Bolívia está a viver uma tensa espera pelos resultados eleitorais definitivos, com uma contagem lenta que, com metade do escrutínio feito, dá uma vantagem mínima ao opositor Carlos Mesa sobre o Presidente Evo Morales.

Carlos Mesa com vantagem mínima sobre Evo Morales na Bolívia
Notícias ao Minuto

01:20 - 22/10/19 por Lusa

Mundo Bolívia

Mesa, que diz estar certo de ir a uma segunda volta com Morales, apelou aos seus apoiantes para que estejam vigilantes com a contagem oficial, na qual não se fia e que decorre desde a noite eleitoral de domingo.

Com afirmações de que não quer para a Bolívia uma crise como a que se vive na Venezuela e proclamações favoráveis à democracia, os apoiantes do partido de Mesa, a Aliança Comunidade Cidadã, aguardam frente ao hotel de La Paz onde o órgão eleitoral do país instalou a sua base para a contagem dos votos.

O aparecimento de apoiantes de Morales aqueceu os ânimos, mas não se passou dos insultos verbais e assobiadelas mútuas.

Entretanto, o Governo de Morales apelou à calma no país.

Mas antes deste apelo à calma feito pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Diego Pary, e da Comunicação, Manuel Canelas, o Comité Nacional de Defesa da Democracia tinha apelado à "resistência civil".

O seu presidente, Waldo Albarracín, avisou inclusive o Governo de que o país pode desembocar numa "guerra civil", se se prolongar a sensação de fraude, apesar de os ministros insistirem que está garantida a transparência da contagem.

O Tribunal Supremo Eleitoral continuava a contar, aos poucos, os votos dos 7,3 milhões de eleitores chamados às urnas no domingo.

A meio da tarde, a contagem ia a meio, com uma vantagem mínima para Mesa, de umas décimas, sobre Morales, com ambos a rondarem os 42%.

Longe dos 50% que precisavam para ganhar na primeira volta, ou dos 40% com 10 pontos percentuais de avanço sobre o segundo, o que dispensaria um novo duelo eleitoral em dezembro, a disputa já está reduzida aos dois, apesar dos outros sete candidatos que foram a votos no domingo.

Este já é o resultado mais renhido desde que Morales ganhou pela primeira vez, em 2005, com 53,72%, maioria que revalidou em 2009, com 64,22%, e em 2014, com 63,36%.

Mesa, um intelectual que já tinha sido Presidente entre 2003 e 2005, quando renunciou aquando de uma grave convulsão social, não quer que o órgão eleitoral, que considera 'vendido' a Morales, lhe roube a possibilidade de forçar uma segunda volta pela primeira vez na história da Bolívia.

Esta segunda oportunidade, que chegaria em dezembro, foi introduzida no sistema eleitoral boliviano pela Constituição promulgada por Morales em 2009, a quem a oposição acusa de a não respeitar quando lhe convém.

Nas redes sociais são divulgadas fotos e vídeos de alegadas urnas manipuladas, transferências suspeitas de boletins das mesas de voto, inclusive para residências particulares, e outras denúncias sem reação oficial sobre a sua veracidade.

Durante a campanha eleitoral, vários participantes denunciaram o que consideraram ser uma "guerra suja".

Se Mesa conseguir a segunda volta vai ter o apoio de outros candidatos, que não conseguiu até agora para garantir uma frente única contra Morales.

O senador Óscar Ortiz, da aliança Bolívia Diz Não, que surge como o quarto candidato mais votado, já se comprometeu em apoiar Mesa, e o mesmo foi dado a entender pelo pastor presbiteriano de origem coreana Chi Hyun Chung, do Partido Democrata Cristão, que está a ser surpresa das eleições, ao aparecer em terceiro lugar.

O Movimento para o Socialismo, de Morales, por um lado, confia em conseguir evitar a segunda volta, mas os ministros que têm aparecido na sede do Governo, por outro, pedem calma, assumindo que desta vez a vitória será por pouco.

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