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Partidos ecologistas deverão reforçar votação nas legislativas na Suíça

A Suíça vai domingo a votos e segundo a última sondagem de opinião, divulgada pela Société Suisse de Radiodiffusion et Télévision (SSR), deverá registar-se uma subida nas intenções de votos nos ecologistas Verdes e Verdes Liberais.

Partidos ecologistas deverão reforçar votação nas legislativas na Suíça
Notícias ao Minuto

08:48 - 19/10/19 por Lusa

Mundo Suíça

Em causa estão os 200 assentos no Conselho Nacional (Câmara dos Deputados) e os 46 no Conselho dos Estados (Senado) e segundo a sondagem, realizada pelo instituto Sotomo, tudo indica que o parlamento federal poderá voltar-se a inclinar para a esquerda.

Os quatro principais partidos (UDC, PS, PLR e PDC) deverão perder votos.

Os Verdes registam uma subida de intenção de votos de 3,6% relativamente ao anterior escrutínio, em 2015, com as intenções de votos a fixarem-se nos 10,7%, colocando esta formação partidária como a quarta mais votada.

A tendência mantém-se para os Verdes Liberais que poderão crescer 2,7% em relação à votação de 2015, e que se se confirmarem os 7,3% que a sondagem lhe atribui na votação de domingo, os torna o sexto partido.

O crescimento eleitoral dos partidos ecologistas será feito à custa das, até agora, quatro maiores formações, com a União Democrática do Centro (UDC) a continuar a ser o mais votado.

A sondagem do Sotomo atribui-lhe 27,3%, menos 2,1% dos votos que alcançou em 2015.

Em declarações à Lusa, Aïna Skjellaug, jornalista e cronista do jornal Le Temps, considera que "o tema do clima e do aquecimento global, muito falado estes últimos tempos, foi gradualmente convidado a entrar na campanha eleitoral: é por isso que os Verdes (à esquerda) e os Verdes Liberais (centro-direita) ganham um lugar de destaque na sondagem. Os dois podem ganhar um total de 5 a 7% de votos".

A jornalista acrescenta que a composição do governo continua incerta.

"Ainda é cedo demais para prever o que vai acontece. Teremos de esperar pelo mês de dezembro, momento de tomada de posse dos novos membros federais e sobretudo mês da eleição do novo Conselho Federal", afirma.

Para Aïna Skjellaug "caso os Verdes consigam alcançar mais de 10% dos votos a nível nacional, o partido poderá ganhar um assento no parlamento que lhe poderá vir a ser cedido pelo PDC (que tem um assento) ou pelo PLR (dois assentos). Caso seja o PDC a ter de ceder o assento, poderá comprometer a sua presença no governo", o que seria "uma reviravolta histórica".

Casos se confirmem os resultados da sondagem, "a Suíça caminhará para um Conselho Nacional mais equilibrado".

Segundo a jornalista, a legislatura passada foi particularmente marcada por bloqueios e dificuldades no avanço de questões importantes tais como: as relações com a UE, a igualdade de género, a política familiar e o futuro dos seguros sociais.

Em sua opinião, essas questões poderão ganhar mais atenção caso haja um aumento de mulheres da esquerda ou centro no parlamento.

"Nos últimos meses, houve uma grande participação de jovens nas ruas, na luta contra as mudanças climáticas, e centenas de milhares de mulheres, no dia 14 de junho, na greve das mulheres reivindicando mais igualdade. A Suíça, um país de consenso e calma política, não vivia tais eventos há décadas", adianta.

A poucos dias das eleições federais, que irão decidir o futuro do país, a questão que se coloca é quais as "grandes mudanças" a que está sujeita a população residente na Suíça.

Sobre esse tema, Aïna Skjellaug afirma que se as previsões se vierem a confirmar, não haverá grandes mudanças em relação ao governo anterior.

A nível económico, a jornalista afirma que a situação da Suíça, comparada com a situação económica europeia e mundial, apresenta-se "estável mas com algumas fragilidades", realçando o problema da diminuição do poder de compra por parte da classe média, a mais atingida estes últimos anos, e consecutivamente a diminuição do número de proprietários.

"A demografia deverá continuar a sofrer alterações"», afirma, salientando que "a maior parte do aumento da população vem da imigração".

Questionada sobre eventuais mudanças para a população estrangeira residente na Suíça, a jornalista considera que "não haverá alterações relevantes" para cidadãos provenientes da Estados-membros da UE", salientando apenas que "a Suíça continua bastante fechada quanto à receção de imigrantes que atravessam o Mediterrâneo".

"Os pedidos de asilo, em 2019, diminuíram significativamente, o que prova que o país não está muito aberto", conclui.

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