Síria. Catorze civis mortos em bombardeamentos apesar de trégua
Pelo menos 14 civis foram mortos hoje no norte da Síria em ataques aéreos turcos e bombardeamentos de artilharia de rebeldes sírios pró-turcos, envolvidos numa ofensiva contra forças curdas, segundo um novo balanço de uma organização não-governamental.
© Reuters
Mundo Síria
"Ataques aéreos e bombardeamentos mataram 14 civis em Bab al-Kheir e noutras localidades dos arredores", indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), adiantando que morreram também oito combatentes curdos.
No balanço anterior, o OSDH tinha dado conta da morte de cinco civis e de quatro combatentes das forças curdas um dia depois de a Turquia ter anunciado a suspensão durante cinco dias da sua ofensiva no norte da Síria.
"Apesar do acordo para uma suspensão dos combates, os ataques aéreos e de artilharia continuam a visar posições dos combatentes, zonas civis e o hospital de Ras al-Ayn", lamentou na rede social Twitter Mustafa Bali, porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelas forças curdas).
Ancara lançou no dia 09 uma operação militar contra a milícia curdo-síria das Unidades de Proteção Popular (YPG), que considera terrorista.
Na quinta-feira, após uma intervenção dos Estados Unidos, a Turquia aceitou suspender durante cinco dias a ofensiva que suscitou críticas internacionais, exigindo uma retirada das forças curdas da fronteira para terminar a operação.
As forças curdas, que se declararam prontas para respeitar as tréguas, desempenharam um papel crucial na luta contra os 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, durante a qual contaram com o apoio da coligação internacional dirigida pelos Estados Unidos.
Segundo o OSDH, perto de 500 pessoas foram mortas desde o início da ofensiva turca, entre as quais dezenas de civis, na maioria curdos.
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional acusou o exército turco e os rebeldes pró-turcos de "desprezo vergonhoso pelas vidas dos civis", evocando "evidências claras de crimes de guerra".
A ofensiva de Ancara permitiu-lhe conquistar uma faixa fronteiriça de perto de 120 quilómetros, da cidade de Tal Abyad à de Ras al-Ayn, metade da qual ainda está nas mãos dos curdos, de acordo com o OSDH.
A ONU calcula que cerca de 166 mil pessoas fugiram das suas casas desde o início da ofensiva turca, milhares das quais se refugiaram no vizinho Iraque, enquanto o OSDH estima que a operação militar provocou 300 mil deslocados em oito dias.
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