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Erdogan diz que não receberá o vice-presidente norte-americano em Ancara

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje que não se encontrará com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e o secretário de Estado, Mike Pompeo, esperados em Ancara para exigir a suspensão da ofensiva turca na Síria.

Erdogan diz que não receberá o vice-presidente norte-americano em Ancara
Notícias ao Minuto

13:55 - 16/10/19 por Lusa

Mundo Turquia

"Não vou estar com eles", declarou Erdogan ao canal Sky News no final de uma reunião no parlamento com os deputados do seu partido no poder.

"Eles encontrar-se-ão com os seus homólogos. Eu só falarei a (presidente norte-americano Donald) Trump, se ele vier", adiantou.

A Casa Branca anunciou na terça-feira que Pence se reuniria com Erdogan na quinta-feira, durante a sua visita a Ancara, com o objetivo de conseguir um "cessar-fogo imediato" no norte da Síria, onde a Turquia lançou há uma semana uma ofensiva militar contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG).

Hoje, a porta-voz de Pence, Katie Waldman, confirmou que o vice-presidente mantém a visita à Turquia, apesar da recusa de Erdogan de falar com ele.

"O vice-presidente parte hoje para a Turquia", declarou Waldman à agência France-Presse.

Perante os deputados do seu partido, Erdogan excluiu hoje qualquer negociação com as forças curdas e exigiu que estas deponham as armas e se retirem da fronteira turca.

Aliadas dos ocidentais no combate aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico, as YPG são consideradas terroristas por Ancara devido à sua ligação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, guerrilha curda ativa na Turquia).

O objetivo da operação militar de Ancara é criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco.

Desde o início da ofensiva a 9 de outubro já foram mortos 71 civis, 158 combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelas YPG) e 128 pró-turcos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Ancara indicou a morte de seis soldados, bem como de 20 civis, por tiros de 'rockets' sobre localidades turcas, provenientes da Síria.

A ofensiva da Turquia já provocou o êxodo de 160.000 pessoas, segundo a ONU, e obrigou à suspensão das atividades de todas as organizações não-governamentais internacionais e à retirada dos seus funcionários da região atacada.

A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.

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