Meteorologia

  • 20 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 15º MÁX 23º

Ministro francês vai em breve ao Iraque discutir tribunal para jihadistas

O ministro dos Negócios Estrageiros de França, Jean-Yves Le Drian, disse hoje que visitará o Iraque "muito em breve" para discutir a criação no país de um "dispositivo" internacional para julgar os membros do Estado Islâmico (EI).

Ministro francês vai em breve ao Iraque discutir tribunal para jihadistas
Notícias ao Minuto

10:14 - 16/10/19 por Lusa

Mundo Estado Islâmico

preciso garantir, junto das autoridades iraquianas, que possamos encontrar meios de ter um dispositivo judicial capaz de julgar todos esses combatentes, inclusive a priori (em primeiro lugar) os franceses", afirmou Le Drian à televisão BFMTV e à rádio RMC.

"É sobre isso que vamos falar com as autoridades iraquianas", acrescentou o ministro, sem especificar quando irá a Bagdad.

Questionado sobre possíveis novas transferências de jihadistas estrangeiros, incluindo franceses, dos campos curdos onde estão detidos na Síria para o Iraque, o ministro respondeu: "o assunto principal não é este aqui, agora".

Cerca de dez combatentes franceses do EI mantidos pelas forças curdo-sírias já foram transferidos para o Iraque no final de janeiro para serem julgados.

Com a ofensiva militar turca lançada a 09 de outubro contra a milícia curda das Unidades de Proteção Popular (YPG) no norte da Síria, muitos temem que os jihadistas estrangeiros possam fugir dos campos curdos.

Coloca-se por isso a questão do julgamento destes combatentes, já que os curdos-sírios, abandonados pelos Estados Unidos, apelaram ao regime de Damasco para garantir a sua segurança contra os turcos.

Cerca de 12.000 combatentes do EI, incluindo 2.500 a 3.000 estrangeiros, estão detidos em prisões controladas pelos curdos, segundo dados de fontes curdas.

Os campos de deslocados internos no nordeste da Síria abrigam cerca de 12.000 estrangeiros, sendo 8.000 crianças e 4.000 mulheres.

As autoridades francesas estimam que, nos campos sírios controlados pelos curdos, nos quais estão detidos jihadistas e familiares, existam cerca de 100 mulheres e outros tantos homens de nacionalidade francesa, além de 300 crianças.

"É difícil saber o que está a acontecer agora nos campos" com a ofensiva turca no norte da Síria, reconheceu hoje a ministra da Justiça francesa, Nicole Belloubet, que deu esses números numa entrevista à estação de rádio "France Info".

Belloubet insistiu que estão "muito vigilantes com o eventual retorno dessas pessoas à França", aludindo ao medo de que alguns deles tentem cometer ataques.

Sete países europeus (França, Reino Unido, Bélgica, Alemanha, Holanda, Suécia e Dinamarca) discutem há vários meses a possibilidade de criar um tribunal internacional no Iraque para julgar jihadistas estrangeiros.

Os responsáveis destes países tiveram uma reunião na terça-feira em Bagdad, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros holandês, ao enfatizar que "as discussões estão em fase exploratória".

Os europeus, preocupados com o risco de ataque, temem pela sua segurança se os curdos, engajados contra os turcos, não puderem manter esses campos, localizados no extremo nordeste da Síria, perto da fronteira com a Turquia.

Atualmente, esses campos não estão ameaçados, garantiu Jean-Yves Le Drian.

"Hoje, sim", são mantidos pelos curdos, disse o ministro francês.

"Tanto quanto eu sei, atualmente, a ofensiva turca e o posicionamento da Forças Democráticas da Síria não fizeram com que esses campos, que estão principalmente no nordeste, ficassem ameaçados na (sua) segurança e proteção indispensáveis", observou Le Drian.

"Houve uma rebelião interna no campo de Ain Issa, no nordeste (da Síria), onde nove mulheres escaparam", explicou o ministro francês.

As autoridades curdas anunciaram no domingo a fuga de quase 800 familiares de jihadistas estrangeiros do grupo Estado Islâmico deste campo de deslocados internos no norte da Síria.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório