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Visita de Putin a Abu Dhabi dominada por investimentos e cooperação

O Presidente russo, Vladimir Putin, manteve hoje contactos com investidores árabes durante uma vista a Abu Dhabi, marcada pela assinatura de acordos que ascendem a mais de mil milhões de dólares.

Visita de Putin a Abu Dhabi dominada por investimentos e cooperação
Notícias ao Minuto

16:24 - 15/10/19 por Lusa

Mundo Putin

O dirigente russo viajou para os Emirados Árabes Unidos (EAU) um dia após a sua visita à Arábia Saudita, onde concluiu um acordo petrolífero entre Moscovo e Riade e cerca de 20 acordos e contratos que preveem investimentos de milhares de milhões de dólares.

Recebido no aeroporto pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o líder do Kremlin manteve uma longa conversa com o homem forte dos Emirados e agradeceu o seu apoio aos investimentos comuns na economia russa.

"Os parceiros russos não nos desiludem, as receitas destes investimentos são muito mais elevadas em relação às registadas nos mercados de outros países", declarou Putin citado pela agência noticiosa AFP.

Na sequência das conversações entre o dirigente russo e o príncipe herdeiro foram assinados seis acordos, em particular sobre a cooperação no domínio energético e nos investimentos comuns do Fundo soberano russo e do Mubadala, o fundo soberano dos EAU.

O Fundo soberano russo assegurou ainda que o montante total dos acordos, designadamente destinados aos domínios da alta tecnologia e da saúde, vai ultrapassar 1,3 mil milhões de dólares (1,17 mil milhões de euros).

"Entre os países do Golfo, os Emirados Árabes Unidos são líderes em termos de trocas comerciais com a Rússia", afirmou aos media o conselheiro do Kremlin Iuri Ouchakov antes do início da visita oficial. Em 2018, estas trocas atingiram 1,7 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).

A deslocação de Putin à Arábia Saudita e aos Emirados, onde foi recebido com as maiores honras dispensadas a um chefe de Estado, coincide com o momento mais baixo nas relações entre a Rússia e o ocidente desde o final da Guerra fria, com a economia russa duramente atingida desde 2014 pelas sanções europeias e norte-americanas pelo seu envolvimento na crise ucraniana.

A Rússia e os EAU são "parceiros não apenas em terra, mas também no espaço", sublinhou em comunicado o responsável pelo Fundo soberano russo, Kirill Dmitriev, ao considerar que "o potencial da cooperação [espacial] é verdadeiramente ilimitado".

No final de setembro, a Rússia enviou para o espaço o primeiro astronauta dos Emirados, Al Mansouri, 35 anos, regressado a terra no início de outubro após curta permanência na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e recebido como um herói no seu país.

Entre os países árabes, apenas a Arábia Saudita e a Síria tinham enviado um homem para o espaço, em 1985 e 1987.

Entre os membros da delegação russa foi particularmente notada a presença de Ramzan Kadyrov, o homem forte da Tchetchénia, a república russa do Cáucaso do Norte de maioria muçulmana.

O dirigente tchetcheno, considerado um fervoroso defensor do islão conservador, é acusado por ONG de defesa dos direitos humanos de reprimir a oposição e de perseguições aos homossexuais na Tchetchénia.

Numa mensagem na plataforma de mensagens encriptadas Telegram, Kadyrov -- que na segunda-feira se reuniu com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salmane -- referiu estar "seguro" de que as relações da Rússia com "todo o mundo muçulmano" serão reforçadas após a "visita histórica" de Putin a Riade.

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