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Forças curdas resistem em Ras al-Ayn à ofensiva turca, que faz partir ONG

As forças curdas opõem hoje forte resistência na cidade fronteiriça de Ras al-Ayn, no sétimo dia de uma ofensiva turca no nordeste da Síria que provocou deslocamentos em massa da população e a partida de organizações não-governamentais.

Forças curdas resistem em Ras al-Ayn à ofensiva turca, que faz partir ONG
Notícias ao Minuto

13:35 - 15/10/19 por Lusa

Mundo Síria

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou hoje que a operação, que visa a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) considerada terrorista por Ancara, continuará até que os seus "objetivos sejam atingidos", apesar dos numerosos apelos, com os Estados Unidos à cabeça, para que acabe.

As forças de Ancara lançaram a ofensiva a 09 de outubro e desde então tomaram uma faixa fronteiriça de perto de 120 quilómetros.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) divulgou um balanço com 70 civis mortos, assim como 135 combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelas YPG) e 120 combatentes pró-turcos.

Ancara deu conta da morte de cinco soldados turcos, um dos quais já hoje.

Outros 20 civis morreram devido ao disparo de 'rockets' a partir da Síria contra cidades turcas.

Se a cidade fronteiriça de Tal Abyad caiu nas mãos dos turcos e dos rebeldes sírios que combatem a seu lado, a de Ras al-Ayn, mais a leste, parece resistir por enquanto, utilizando as FDS uma densa rede de túneis e trincheiras para a defender.

Ao mesmo tempo, as forças do regime de Bashar al-Assad deslocaram-se para o sul de Ras al-Ayn, na periferia da cidade de Tal Tamr, na sequência de um acordo feito no domingo com os curdos para conter a ofensiva turca.

Mais a oeste, ocorreram confrontos durante a noite de segunda-feira para hoje à volta de Minbej entre combatentes pró-Ancara e forças do conselho militar da cidade, ligado às autoridades curdas. Damasco também enviou tropas para esta cidade para ajudar.

A Turquia quer ainda criar uma "zona de segurança" de 32 quilómetros de extensão ao longo da fronteira para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no seu território.

A ofensiva de Ancara provocou ainda o êxodo de 160.000 pessoas, segundo a ONU, e as autoridades curdas na Síria anunciaram hoje a suspensão das atividades de todas as ONG internacionais e a retirada dos seus funcionários da região atacada.

As agências da ONU poderão continuar as suas atividades apesar de algumas dificuldades.

"A situação dos deslocados piorou nas regiões visadas pela agressão (turca), com a suspensão total da ajuda humanitária, das atividades de todas as organizações internacionais e a retirada dos seus funcionários", lamenta um comunicado da administração semi-autónoma curda.

Na segunda-feira, a organização Mercy Corps anunciou a "suspensão das suas operações no nordeste da Síria e a retirada do seu pessoal internacional".

"É um cenário de pesadelo (...) Há dezenas de milhares de pessoas que fogem e não temos como alcançá-las", disse o diretor adjunto da organização encarregado da Síria, Made Ferguson.

A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.

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