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Eunícia mal conseguiu dormir só de pensar que era dia de votar

Eunícia Matola, residente na capital moçambicana, Maputo, diz que mal conseguiu dormir só de pensar que hoje era o dia de ir votar.

Eunícia mal conseguiu dormir só de pensar que era dia de votar
Notícias ao Minuto

10:41 - 15/10/19 por Lusa

Mundo Moçambique

"Cheguei aqui às 05h30 [menos uma hora em Lisboa]", conta à Lusa, à porta da assembleia de voto da Escola Secundária Josina Machel, em Maputo, enquanto aguarda pela abertura das urnas.

Chegou hora e meia antes do momento marcado para o início da votação, que vai decorrer até às 18h00.

A capital moçambicana está anormalmente calma: as avenidas que habitualmente estão repletas de movimento num dia de semana, estão vazias, porque foi decretado feriado para todos poderem votar.

"Hoje nem dormi direito só de saber que é um dia de festa. Eu falava isso para as minhas filhas", relata, descrevendo o plano traçado desde segunda-feira: "vamos fazer um bolo porque é o dia da nossa festa, porque vou exercer o meu direito de voto".

Os moçambicanos têm o hábito de sair de casa cedo para votar, mal o Sol nasce, e esperar pacientemente na fila ou deixar um objeto pessoal a marcar o lugar.

Em vários pontos do país, em especial nas zonas rurais, onde há sempre muitos afazeres matinais, há filas com garrafas de água, chinelos, papéis - tudo menos pedras, porque a polícia as proibiu com medo de servirem de arma de arremesso nalguma desavença.

Depois há eleitores com diferentes estados de espírito.

Eunícia Matola está do lado mais efusivo da fila na Escola Secundária Josina Machel, enquanto Alberto Geraldo se alinha pelos mais pragmáticos.

"É um dever cívico" e "este é o nosso Moçambique", descreve à Lusa como quem faz uma conta de somar: votar deve ser como respirar.

Já Carlos Manga quer desfrutar do feriado que é oferecido por ser dia de eleições.

"A minha expetativa é de votar e sair cedo, esperar o resultado lá em casa", com a certeza de que "o resultado será aquilo que o povo quer".

Geraldo Chicuve queria entrar na equipa dos madrugadores, ainda conseguiu, mas mesmo acordando às 05h00 ficou longe do pódio.

"Levantei-me às 05h00, cheguei aqui às 05h30, quis ser um dos primeiros, mas já cá estavam outras pessoas", descreve, com o espírito de quem encara o voto como um dos momentos importantes da vida.

E hoje com uma novidade em todo o país.

"Pela primeira vez vamos eleger os governadores. Essa é a expetativa maior", refere, porque significa "descentralização", com a esperança de ajudar o país a crescer.

É por isso que "ninguém ficou na cama", acrescenta Inicia Matola.

"É o desenvolvimento do nosso país" que está em jogo, conclui.

Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos são hoje chamados a escolher o Presidente da República, 250 deputados do parlamento e, pela primeira vez, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

As sextas eleições gerais de Moçambique contam com quatro candidatos presidenciais: o atual Presidente da República, Filipe Nyusi (Frente de Libertação de Moçambique - Frelimo), que concorre a um segundo mandato; o novo líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Ossufo Momade; o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino, este último com uma campanha limitada a alguns pontos de Nampula, província do Norte.

Às eleições legislativas e provinciais apresentaram-se 26 partidos, mas só os três partidos com assento parlamentar no país (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem nos 11 círculos eleitorais do território nacional, que se estende por 2.000 quilómetros, mais dois círculos da diáspora (África e resto do mundo).

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