"Este é o momento mais grave da história democrática espanhola"
Paulo Portas considera que "não se resolvem problemas políticos pela via judicial" e que não há uma solução fácil para o que se passa na Catalunha.
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Mundo Catalunha
A Catalunha volta a estar a ferro e fogo na sequência da decisão do Supremo espanhol de condenar nove líderes separatistas catalães a penas entre os nove e os 13 anos de prisão. Uma decisão que gerou uma onda de protestos na Catalunha e reacende a cisão entre catalães e espanhóis.
Em declarações à TVI, Paulo Portas sublinhou que "este é, porventura, o momento mais grave da história democrática espanhola desde o o chamado 23 de fevereiro de 1982 quando houve uma tentativa de reverter pela força a transição para a democracia" e traçou uma comparação entre Portugal e Espanha.
"Isto toca na questão mais funda de Espanha. Portugal é um Estado-nação e toda a gente se sente portuguesa, sem questionar isso. A Espanha não é um Estado-nação, nunca o foi. A situação é muito mais complexa", realçou Portas.
"A Catalunha está dividida a meio. Entre 45% a 50% dos catalães não se sentem espanhóis. Isso não é coisa que se possa mudar por via judicial. Portanto, se é verdade que o referendo foi ilegal e nem teve normas mínimas a nível democrático, a questão é que não se resolvem problemas políticos pela via judicial e essa é a contradição maior nesta situação", comentou o antigo governante sobre a decisão da justiça espanhola.
Ainda assim, Paulo Portas refere que "se o estado espanhol não tivesse reagido, o que aconteceu na Catalunha voltaria a acontecer lá, assim como noutras regiões que acham que são nações, e que acham que são nações sem estado".
Sem antever uma possível solução para a crise na Catalunha, Paulo Portas afirmou que "eles têm é de encontrar uma maneira de viverem juntos, não gostando uns dos outros. Não me parece fácil nesta altura", frisou.
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