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Conservadores polacos conquistam maioria nas eleições legislativas

O partido conservador polaco Lei e Justiça (PiS), no poder, conseguiu conquistar a maioria dos assentos na câmara baixa do parlamento, mas perdeu o controlo do Senado, segundo dados hoje divulgados.

Conservadores polacos conquistam maioria nas eleições legislativas
Notícias ao Minuto

19:47 - 14/10/19 por Lusa

Mundo Polónia

As sondagens publicadas no domingo à noite, depois de terminar a votação, apontavam para uma "vitória em toda a linha" deste partido eurocético, mas o Lei e Justiça vai ter de enfrentar oposição no Senado, ficando impedido de aprovar leis sem fazer acordos com outros partidos.

Segundo os resultados das eleições hoje divulgados, os candidatos da oposição conseguiram uma ligeira maioria na câmara alta (Senado), com 51 dos 100 assentos.

Embora o Senado tenha menos poder do que a câmara baixa (que reúne 460 deputados), tem capacidade para adiar legislação já aprovada, além de nomear vários dos responsáveis de organismos cruciais do Estado.

Na câmara baixa, o Pis obteve quase 44% dos votos, subindo em relação aos 38% que conseguiu em 2015, referiu a comissão eleitoral do país.

O Lei e Justiça, que governa a Polónia desde 2015, tornou-se popular pelo seu discurso conservador de exaltação dos valores familiares e promessas de aumento do salário mínimo e das pensões e redução de impostos, e pelo investimento feito em políticas sociais, incluindo um programa que atribui às famílias um subsídio mensal de 500 zlotys (116 euros) por cada filho.

Apesar da vitória, os líderes do partido Lei e Justiça não se mostraram muito entusiasmados, já que o resultado ficou aquém da maioria de dois terços que pretendiam para mudar a Constituição e transformar a Polónia "num Estado moderno embora conservador".

Algumas das figuras mais conhecidas do partido não conseguiram conquistar assento, incluindo Stanislaw Piotrowicz, um promotor público da era comunista que foi o arquiteto da reforma do sistema judicial da Polónia, considerado pela União Europeia como a causa da atual falta de independência judicial do país.

O segundo lugar nas preferências dos eleitores foi dado à Coligação Cívica (KO), partido de ideologia democrata-cristã que foi liderado pelo atual presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e que obteve 27% dos votos.

Em terceiro lugar ficou a Esquerda Unida (Lewica), uma aliança de partidos sociais-democratas ausente do parlamento há quatro anos, que conseguiu mais de 12% de votos.

A aliança de direita populista que junta o Kukiz'15 e o Partido Popular da Polónia (PSL, democrata-cristão) obteve quase 9% dos votos e a "confederação" de partidos extremistas recém-constituída Konfederacja, que se define como "anti-UE, antiaborto, anti-imigração e anti-"ideologia LGBT", vai passar a estar presente no parlamento, na sequência dos 6,8% de votos conquistados no domingo.

A participação atingiu um recorde de mais de 61%.

A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), que acompanhou a campanha eleitoral, considerou hoje que as eleições foram bem organizadas, mas criticou a falta de imparcialidade da comunicação social e a retórica intolerante.

"Embora os eleitores tivessem inúmeras opções de voto [no boletim] à sua disposição, a capacidade de fazer uma escolha informada foi prejudicada pela falta de imparcialidade dos media, especialmente da estação pública", afirmou o chefe da missão de observação, Jan Petersen.

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