O advogado e especialista em direitos humanos Khaled Ali, citado pela agência espanhola EFE, explicou que os agentes de segurança egípcios detiveram a ativista e levaram-na para local desconhecido.

Esraa Abdel Fattah é uma das fundadoras do Movimento 6 de Abril, criado em 2008 para contestar o então Presidente do Egito, Hosni Mubarak, e uma das ativistas mais importantes daquele país do Médio Oriente.

"Ainda não temos informações sobre ela [Esraa Abdel Fattah], nem como se encontra ou onde se encontra detida", afirmou, acrescentando que foi, igualmente, detido um membro do partido de Al Aish wa Al Hurriya (O Pão e a Liberdade), sem que se saiba também qual o seu paradeiro.

Estas duas detenções inserem-se num conjunto de mais de 3.000 ordens de prisão (segundo dados de organizações não-governamentais), ocorridas nas últimas semanas, na sequência de ações de protesto contra o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, que tiveram lugar em 20 e 21 de setembro.

Estes protestos, embora com pouca adesão, são os mais significativos desde 2016 e levaram a uma forte mobilização das forças de segurança do Egito.

Até ao momento, segundo o Centro de Direitos Económicos e Sociais do Egito, foram detidas 2.850 pessoas e destas 387 estão em prisão preventiva.

Familiares e advogados têm denunciado casos de tortura a alguns dos detidos nas prisões do Cairo.

Os protestos começaram na sequência de um conjunto de denúncias de corrupção e esbanjamento de dinheiro nas redes sociais por parte de um empresário egípcio que vive em Espanha.

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