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PE quer estratégia da UE contra campanhas de desinformação da Rússia

O Parlamento Europeu exortou hoje a Comissão e o Conselho a estabelecerem uma estratégia "rápida e enérgica" para combater as campanhas de desinformação conduzidas pela Rússia, que este ano duplicaram face ao ano passado.

PE quer estratégia da UE contra campanhas de desinformação da Rússia
Notícias ao Minuto

19:41 - 10/10/19 por Lusa

Mundo Fake news

A posição dos eurodeputados é expressa numa resolução (não vinculativa) hoje adotada durante a mini-sessão plenária em Bruxelas sobre a interferência eleitoral estrangeira e a desinformação nos processos democráticos nacionais e europeus, na sequência de um debate realizado já em setembro, apelando a medidas para combater estes fenómenos.

No texto, aprovado com 469 votos a favor, 143 contra e 47 abstenções, a assembleia defende "a criação de quadro jurídico para combater as ameaças híbridas, incluindo os ciberataques e a desinformação, para que esteja apta a reagir de forma enérgica a este problema", cuja escala está a aumentar, adverte.

O Parlamento manifesta a sua preocupação com a "contínua revelação de provas de interferências" estrangeiras, que têm muitas vezes por objetivo "favorecer candidatos contrários à União, de extrema-direita e populistas" e que "visam minorias específicas e grupos vulneráveis".

Os eurodeputados apontam em concreto o caso da Rússia, sublinhando que as campanhas conduzidas por esta constituem a principal fonte de desinformação na Europa.

"O número de casos de desinformação atribuídos a fontes russas desde janeiro deste ano (998 casos) constitui mais do dobro do número de casos de desinformação no mesmo período em 2018 (434 casos)", lê-se na resolução, que dá conta da "natureza altamente perigosa da propaganda russa".

A esse propósito, os eurodeputados apontam que, mesmo nos casos em que as leis impõem restrições às fontes de financiamento político, "os intervenientes estrangeiros encontraram formas de as contornar e prestaram apoio aos seus aliados", e a resolução refere os casos relativos à Frente Nacional (França), ao Partido Liberal Austríaco, à Lega (Itália) e à campanha «Leave.eu» (Reino Unido).

Segundo a assembleia, "a escala dos atos de interferência mal-intencionada exige uma resposta europeia coordenada", instando por isso as instituições da UE e os Estados-Membros a tomarem medidas decisivas sobre esta questão, nomeadamente no próximo processo de reflexão sobre o futuro da Europa.

Os eurodeputados solicitam também à Comissão que estude medidas legislativas e não legislativas "suscetíveis de levar as plataformas de redes sociais a intervir com o objetivo de rotular sistematicamente os conteúdos partilhados por robôs digitais, rever os algoritmos, para os tornar tão imparciais quanto possível, e encerrar as contas das pessoas implicadas em atividades ilegais destinadas a perturbar os processos democráticos ou a promover o discurso de ódio, sem que a liberdade de expressão seja comprometida".

"A responsabilidade pela luta contra a desinformação e a interferência estrangeira nas eleições não diz respeito unicamente às autoridades públicas, mas também à Internet e às empresas de comunicação social, que devem, por conseguinte, cooperar na consecução deste objetivo, sem prejudicar a liberdade de expressão, nem agir como organismos de censura privatizados", salienta a resolução.

Até ao final de 2020, terão lugar nos Estados-Membros mais de 50 eleições presidenciais, nacionais, locais ou regionais.

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