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Rússia classifica organização de opositor como "agente no estrangeiro"

A organização do ativista político russo de oposição ao Kremlin Alexei Navalny, a Fundação de Combate à Corrupção, foi hoje classificada como "agente no estrangeiro", o que permite vigilância constante, anunciou o Ministério da Justiça da Rússia.

Rússia classifica organização de opositor como "agente no estrangeiro"
Notícias ao Minuto

11:30 - 09/10/19 por Lusa

Mundo Rússia

"Agente no estrangeiro" é um termo que tem uma conotação pejorativa na Rússia e que é dado a quem defende os interesses de um país estrangeiro, ou seja, designa um agente secreto ou espião de um governo estrangeiro.

As autoridades russas já usaram o termo para estigmatizar várias organizações sem fins lucrativos, incluindo organizações de direitos humanos.

A Fundação de Combate à Corrupção é uma organização sem fins lucrativos que esteve na origem de investigações de denúncias de corrupção e estilo de vida das elites russas e que já foi alvo de um processo por alegado branqueamento de dinheiro, ficando com as suas contas congeladas em agosto.

O diretor da fundação, Ivan Zhdanov, garantiu hoje que nunca aceitou financiamento estrangeiro e acusou o Ministério da Justiça de querer apenas sufocar a organização.

O grupo fundado pelo líder da oposição Alexei Navalny ganhou destaque graças às suas investigações sobre corrupção.

Nos últimos anos, tornou-se uma rede nacional de apoiantes de Navalny que investiga autoridades locais e organiza comícios da oposição nas suas regiões.

Na terça-feira, o Ministério russo do Interior exigiu, em nome da polícia de Moscovo, o pagamento de 18 milhões de rublos (252 mil euros) por Alexei Navalny e pelos seus aliados por terem realizado, no verão, protestos antigovernamentais não autorizados.

O ministério apresentou duas ações judiciais devido a protestos não autorizados realizados em 27 de julho e 03 de agosto, nos quais as forças de segurança detiveram mais de 2.000 pessoas, avançou a agência de notícias russa TASS.

As autoridades exigem uma compensação de mais de 250 mil euros a Navalny -- que, embora não seja filiado em nenhum partido político, é considerado como líder da oposição na Rússia -- e vários dos seus seguidores, por considerarem que os protestos ilegais obrigaram a polícia a adotar um grande dispositivo de segurança na capital, refere a mesma fonte.

As manifestações, que pediam eleições livres e justas perante a recusa das autoridades eleitorais de registarem 57 candidatos da oposição para as eleições municipais de 08 de setembro, levaram a polícia russa a prender mais de 2.000 pessoas.

Algumas detenções foram feitas de forma violenta e muitos manifestantes foram feridos na cabeça, mas a oposição russa encarou as eleições municipais como um primeiro passo para tentar ter representação na Duma nas legislativas de 2021.

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