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Administração Trump impede embaixador de testemunhar no Congresso

A administração de Donald Trump impediu Gordon Sondland, embaixador dos Estados Unidos junto da União Europeia, de comparecer hoje no Congresso para testemunhar no âmbito do inquérito parlamentar com vista a um processo de destituição do Presidente norte-americano.

Administração Trump impede embaixador de testemunhar no Congresso
Notícias ao Minuto

16:50 - 08/10/19 por Lusa

Mundo Trump

"No início da manhã, o Departamento de Estado norte-americano pediu ao embaixador Gordon Sondland que não comparecesse hoje" no depoimento previsto no painel da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) que está a conduzir um inquérito para o 'impeachment' (destituição), indicou um advogado do representante diplomático, sem avançar as razões de tal decisão.

"O embaixador Sondland está profundamente desapontado por não poder testemunhar", referiu o advogado Robert Luskin, prosseguindo: "O embaixador Sondland viajou para Washington de Bruxelas a fim de preparar o seu testemunho e estar disponível para responder às perguntas do comité".

O comité que ia ouvir, à porta fechada, Gordon Sondland, é composto por membros de três comissões da Câmara dos Representantes (Negócios Estrangeiros, Informação e Supervisão).

Nas mesmas declarações, divulgadas num comunicado citado pelas agências internacionais, o advogado concluiu que Gordon Sondland "espera que os problemas referidos pelo Departamento de Estado" para impedir o testemunho no Congresso "sejam resolvidos rapidamente".

Donald Trump deu, entretanto, a sua versão dos motivos da decisão da administração norte-americana.

"Adoraria enviar o embaixador (Gordon) Sondland, um homem muito bom e um grande americano, para testemunhar, mas infelizmente iria testemunhar diante de um pseudo tribunal totalmente comprometido", escreveu o chefe de Estado na sua conta na rede social Twitter.

A 24 de setembro, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciava que aquela câmara ia dar início a um inquérito parlamentar com vista a um processo de destituição de Trump. Em reação, o governante apelidou o processo como uma "caça às bruxas".

A decisão da líder dos democratas (que detêm a maioria na Câmara dos Representantes) surgiu após suspeitas em torno de um telefonema entre Trump e o seu homólogo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, no qual o chefe de Estado norte-americano terá pedido e incentivado uma investigação ao filho do ex-vice-presidente Joe Biden, favorito para vir a ser o candidato democrata às presidenciais de 2020.

Pelo menos dois informadores mostraram-se dispostos a testemunhar sobre Trump.

Para os democratas, a ausência do embaixador Gordon Sondland, encarado como um "ator-chave" no dossiê ucraniano, e o facto de ele não ter entregado os documentos esperados, representam "novas evidências fortes de um obstáculo às funções constitucionais do Congresso", reagiu Adam Schiff, presidente da comissão de Informação da Câmara dos Representantes.

Importante nome do setor hoteleiro, Gordon Sondland contribuiu financeiramente para a campanha e para a cerimónia de investidura de Donald Trump, do qual tornou-se próximo.

Gordon Sondland participou numa troca de mensagens escritas no telemóvel (SMS) sobre a Ucrânia, que foram entregues ao Congresso na semana passada pelo ex-enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Kurt Volker.

"Sabemos que o embaixador Sondland tem sido um ator-chave nos esforços para obter um compromisso por parte da Ucrânia para uma investigação sobre uma teoria de conspiração falaciosa referente à eleição (presidencial) de 2016, bem como sobre Joe Biden e do seu filho (Hunter)", disse ainda Adam Schiff.

Segundo o relato conhecido da conversa entre Trump e Zelensky, o líder norte-americano terá pedido igualmente ajuda para descobrir se as alegações de interferência russa nas eleições presidenciais dos EUA de 2016 tiveram origem na Ucrânia.

Antes de Donald Trump, apenas três Presidentes norte-americanos viram o Congresso iniciar um processo parlamentar com vista à destituição, mas nenhum foi destituído: Andrew Johnson (1868), Richard Nixon (que apresentou demissão a 1974 para evitar uma destituição quase certa) e Bill Clinton (absolvido pelo Senado, câmara alta do Congresso, em 1999).

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