Labour acusa governo de "tentativa cínica" para sabotar negociações
O partido Trabalhista acusou o governo britânico de uma "tentativa cínica" para sabotar as negociações com a União Europeia (UE) ao revelar o conteúdo de um telefonema com a chanceler alemã, Angela Merkel.
© Getty Images
Mundo Brexit
"Esta é mais uma tentativa cínica do Número 10 [de Downing Street] de sabotar as negociações. Boris Johnson [primeiro-ministro britânico] nunca vai assumir a responsabilidade pelo seu próprio fracasso em propor um acordo credível. A sua estratégia desde o primeiro dia foi para um Brexit sem acordo", acusou o deputado Keir Starmer.
Uma fonte anónima do governo britânico disse hoje a vários meios de comunicação britânicos que as negociações com a União Europeia (UE) relativamente ao Brexit estão à beira da rutura.
Segundo a BBC, Merkel terá dito que a UE só vai aceitar um acordo que mantenha a Irlanda do Norte na união aduaneira europeia, o que contraria o plano do primeiro-ministro, Boris Johnson, para resolver o impasse do Brexit.
Sem manter a província britânica alinhada com o mercado único europeu para evitar uma fronteira física na ilha da Irlanda, "ela disse que um acordo é altamente improvável", adiantou outra fonte do governo à Sky News.
A líder do Partido Nacionalista Escocês (SNP) e primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, considerou, através da rede social Twitter, que esta é uma "tentativa do governo do Reino Unido de transferir a culpa pelo fiasco do Brexit para qualquer um, exceto para si próprio".
Bruxelas garantiu que as negociações continuam e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, acusou Boris Johnson, também pelo Twitter, de "um estúpido jogo da culpa" que põe em causa o futuro da Europa e do Reino Unido.
O governo britânico propôs na semana passada a criação de um zona regulatória comum entre a Irlanda do Norte e a vizinha Irlanda para facilitar a circulação de bens agro-alimentares e industriais.
Porém, o plano pressupõe que a Irlanda do Norte sai da união aduaneira europeia e fica a fazer parte de uma união aduaneira britânica quando o Reino Unido sair da UE, após o período de transição, no final de 2020.
O alinhamento com as regras do mercado comum na Irlanda do Norte teria de ser autorizado pelas autoridades autónomas da província britânica todos os quatro anos.
O governo britânico considera que esta posição representa uma concessão e esperava que fosse suficiente para abrir negociações aprofundadas para chegar a um acordo a tempo do Conselho Europeu na próxima semana.
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