China considera "criminosa" declaração da UE sobre violência
A embaixada chinesa em Paris classificou hoje a declaração da União Europeia a condenar a violência em Hong Kong como "criminosa e muito perigosa" e afirmou o "desprezo" de Pequim face à "hipocrisia" europeia.
© Reuters
Mundo Hong Kong
"Expressamos a nossa profunda insatisfação e profundo desprezo pela hipocrisia da declaração europeia", aponta a embaixada da China, através da sua conta oficial na rede social Twitter.
A diplomacia chinesa considerou ainda que a União Europeia "glorificou publicamente os abusos dos manifestantes e desrespeitou flagrantemente as ações de autodefesa adotadas pelos polícias de Hong Kong para defenderem as suas vidas contra os agressores".
A mensagem refere-se a uma declaração do Gabinete de Federica Mogherini, a Alta Representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, que considera que o diálogo é o "único caminho" para solucionar a crise na região semiautónoma chinesa.
"A escalada da violência e a contínua turbulência em Hong Kong, incluindo o uso de munições reais, que provocaram ferimentos críticos em pelo menos uma pessoa, são muito perturbantes", lê-se na nota difundida na semana passada pela UE.
"A União Europeia mantém a sua posição de que a contenção, a redução da escalada e o diálogo constituem o único caminho. Atualmente, são cada vez mais necessários que nunca, e garantem a única base para uma solução duradoura".
O comunicado sublinha que as liberdades fundamentais, incluindo o direito de reunião dos cidadãos de Hong Kong, devem ser mantidas, e assegurada a possibilidade de promoveram manifestações pacíficas.
"Estes direitos devem ser exercidos pacificamente. Qualquer violência é inaceitável, e qualquer ação das autoridades responsáveis pela segurança deve manter-se de forma estritamente proporcional", prossegue o texto.
O dia em que se assinalaram os 70 anos da fundação da República Popular da China, em 1 de Outubro, foi um dos mais violentos das manifestações que duram há quase quatro meses em Hong Kong, durante as quais a polícia tem sido acusada de usar excessiva força contra os manifestantes.
Na origem da contestação, que se vive no território desde o início de junho, está uma polémica proposta de emendas à lei da extradição, já retirada formalmente pelo governo de Hong Kong.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
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